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Geral Saiba quem são as profissionais brasileiras que estão fazendo sucesso no exterior

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No momento em que crise empurra talentos para fora do país, cargos melhores e qualidade de vida atraem mulheres bem qualificadas para EUA e Europa. (Foto: Arquivo pessoal)

Cansada de ler notícias sobre o sucesso de homens brasileiros no mercado de trabalho estrangeiro, a publicitária brasileira Laura Chiavone, de 39 anos, teve uma ideia. Criou uma planilha com os contatos de brasileiras em posições de destaque no mercado estrangeiro e enviou o arquivo à sua lista de contatos, para que a ajudassem a mapear as conterrâneas espalhadas pelo mundo. Assim, ela mesma, líder do departamento de estratégia da agência de publicidade Tribal Worldwide em Nova York, se descobriu parte de uma rede extensa e quase invisível de profissionais bem-sucedidas fora do Brasil.

“Achava estranho. Só em Nova York eu conheço dezenas de brasileiras em ótimos cargos. Mas pelas notícias parece que não tem mulher no mercado exterior”, diz a CSO (Chief Strategy Officer).

Em menos de uma semana, a lista de Laura estava com mais de 100 nomes e logo passou dos 250. “E isso porque focamos no setor em que eu atuo”, diz ela. Ela transformou o documento em um projeto chamado FindTheWoman, um inventário com o perfil das mulheres brasileiras bem posicionadas fora do País.

Desde que a crise econômica no Brasil apertou, nos últimos três anos, a migração internacional de profissionais brasileiros tem se acentuado. O Reino Unido emitiu número recorde de 1.338 vistos de trabalho para brasileiros em 2016, de acordo com dados do governo britânico. No mesmo ano, os vistos para imigrantes brasileiros concedidos pelos EUA aumentaram 55%. No Canadá, o número de brasileiros que pedem residência temporária subiu pelo terceiro ano seguido em 2016 — foram mais de 92 mil pedidos.

Assim como boa parte das profissionais listadas no projeto, Laura decidiu que queria morar no exterior depois da crise no Brasil, na passagem de 2015 para 2016.

“A economia não estava muito promissora e não parecia que iria melhorar tão cedo”, diz ela. Laura, no entanto, estava em um ótimo momento na carreira — era chefe de estratégia da agência publicitária DM9.

“Eu queria fazer um trabalho diferente. Tem um milhão de tecnologias novas surgindo e no Brasil é mais difícil fazer essa experimentação”, diz ela, que mora em Nova York com o filho Benjamin, de 6 anos, desde abril.

Fuga de cérebros

Para o economista André Portela, da FGV (Fundação Getulio Vargas), a incapacidade do Brasil de manter talentos como Chiavone é preocupante para o País, pois a perda não se restringe só ao que esses profissionais produzem individualmente. Há uma perda de produtividade no mercado como um todo.

“Há o chamado efeito de transbordamento. Pessoas criativas, empreendedoras, com capacidade de liderança, geram uma influência positiva nos profissionais ao redor e no mercado como um todo”, diz ele. Segundo Portela, o ideal seria que houvesse um intercâmbio, com o País exportando profissionais, mas também atraindo talentos estrangeiros.

Do ponto de vista de mulheres que querem carreira no exterior, no entanto, a presença de “veteranas” é extremamente positiva. O sociólogo Simon Schwartzman explica que há um efeito “bola de neve”. “As pessoas buscam essas redes de relações, então quanto mais gente estiver indo para fora, maior as chances de outras pessoas seguirem o caminho”, diz ele.

“É importante mostrar que estamos aqui até para quem tem vontade de vir não achar que só tem homens brasileiros e que ela vai ter que desbravar uma floresta”, diz Chiavone.

Madrinhas

Foi a partir dessa ideia — de pavimentar o caminho — que Carol Saraiva, 34, redatora sênior da agência Chiat em Los Angeles, criou o projeto “Gatas na Gringa”, onde executivas dão mentoria para mulheres mais jovens que desejam fazer carreira no exterior.

A ideia é principalmente as duas conversarem e as mais experientes darem dicas específicas para cada país: que tipo de ideias fazem sucesso ali, como fazer um portfolio na língua local e como são as diferenças nas relações de trabalho.

Carol tem 15 Leões do Festival da Cannes e mudou de São Paulo para os EUA há dois anos. Mas só nesta semana conseguiu pegar sua carta de motorista americana.

Ela diz que aconselha as pessoas a se mudar só quando tiveram muita certeza. “Não estar na sua cultura não é a farra que as pessoas acham que é. Elas glorificam demais a ideia, e na verdade tem uma série de barreiras, de adaptação, da língua, da burocracia”, afirma.

Carol dá a dica de não escolher apenas pelo cargo. “Vá para uma cidade que tenha a ver com você. A vida não é só o trabalho. E se algo mudar e você perder o emprego, está em um lugar que se sente bem”, diz ela. (BBC)

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https://www.osul.com.br/saiba-quem-sao-as-profissionais-brasileiras-que-estao-fazendo-sucesso-no-exterior/ Saiba quem são as profissionais brasileiras que estão fazendo sucesso no exterior 2017-08-15
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