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Mundo Saudita é preso por ameaçar incendiar mulheres que dirigem

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O caso se deu após o anúncio da decisão que permite a direção feminina no país. (Foto: Reprodução)

Um homem foi preso por supostamente ameaçar mulheres que dirigem, informou o Ministério do Interior da Arábia Saudita. O caso se deu após o anúncio da decisão que permite a direção feminina no país árabe, a começar no ano que vem. No geral, a medida da última terça-feira foi bem acolhida, mas houve manifestações de preocupação e até mesmo indignação. A política vinha sendo recusada por religiosos há décadas e até hoje enfrenta diversos reveses.

Pelo Twitter, o Ministério disse que prendeu o suspeito em uma província na região Leste do país. A ação para prendê-lo foi tomada após um vídeo de intolerância se disseminar nas redes sociais. Nele, um homem trajando uma veste tradicional promete cometer atrocidades com qualquer mulher que veja conduzindo um carro: “Eu juro por Deus que se vir qualquer mulher parada com o carro quebrado na rua, vou queimar o veículo e ela própria”.

A mídia saudita, incluindo o jornal Okaz, relata que o suspeito tem cerca de 20 anos, e que a prisão foi orientada pelo governo. Ao mesmo tempo, autoridades direcionaram um pedido para que o ministro do Interior saudita, responsável pela segurança, prepare um lei anti-assédio para entrar em vigor em até 60 dias. O texto cita “o perigo imposto pelo assédio e a contradição dele com os valores do Islã”.

No passado, autoridades sauditas tinham uma visão ampla do que poderia ser considerado assédio, incluindo tentativas masculinas de trocar telefones com desconhecidas ou fazer comentários sobre qualidades físicas femininas. Num país onde a segregação de gênero foi forçada por décadas, o fim da proibição de mulheres ao volante pode significar, para alguns, que elas podem ter mais oportunidade de se relacionarem com outros homens.

A proibição é uma tradição conservadora que limita a mobilidade feminina e que tem sido considerada um emblema de submissão por ativistas.

Mustang

A ativista Sahar Nassif disse que mal pode conter a alegria quando soube do decreto real: “Não podia acreditar. Comecei a rir, pular e gritar. É uma grande vitória. Vou comprar meu carro dos sonhos, um Mustang conversível, e será preto e amarelo!”

Muitos também lembraram, no entanto, que este ainda é um pequeno passo de um extenso e difícil caminho a ser percorrido em favor dos direitos civis e das mulheres na Arábia Saudita. Para a acadêmica Madawi al-Rasheed, a anúncio foi uma estratégia do governo para desviar a atenção das prisões por motivos políticos de mais de 40 pessoas, sobretudo dissidentes, desde o dia 9 de setembro.

Loujain Halthloul, ativista que passou 72 dias de inverno presa em 2014 por tentar cruzar dos Emirados Árabes para a Arábia Saudita no seu carro, escreveu poucas porém significativas palavras no seu Twitter: “Graças a Deus”. Ela, junto com a também ativista Maysaa al-Amoudi, que também foi detida, vêm sendo reconhecidas pela sua campanha de sucesso contra a proibição para dirigir. As duas já foram presas por liderar estas manifestações, que aconteceram em movimentos coletivos em 1990, 2011 e 2013. Algumas mulheres, apesar da proibição, se atreviam a dirigir pelas ruas como um ato de desafio às rígidas regras locais.

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https://www.osul.com.br/saudita-e-preso-por-ameacar-incendiar-mulheres-que-dirigem/ Saudita é preso por ameaçar incendiar mulheres que dirigem 2017-09-30
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