Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2019
Em entrevista nesta quarta-feira (23) para a agência de notícias Bloomberg, em Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que se o seu filho mais velho, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), errou e for provado que errou, ele “vai ter que pagar” pelos seus atos, mesmo que, como pai, ele lamente.
Flávio Bolsonaro figura no noticiário nacional desde que um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mostrou que Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador eleito, movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”.
“Se, por acaso, ele errou e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”, disse Bolsonaro à Bloomberg. Bolsonaro está em Davos participando do Fórum Econômico Mundial. Ele chegou à cidade na segunda-feira (21) e na terça (22) discursou na abertura da sessão plenária do evento.
Relatório do Coaf
Fabrício Queiroz figura em relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro abriu procedimento investigatório criminal para apurar o caso, mas a investigação foi suspensa temporariamente por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em 17 de janeiro. Quem pediu a suspensão das investigações foi Flávio Bolsonaro.
A partir da investigação do Ministério Público, o Coaf produziu um novo relatório. O documento aponta movimentações bancárias suspeitas de Flávio Bolsonaro. Em um mês, foram feitos quase 50 depósitos em dinheiro em uma conta do senador, no total de R$ 96 mil.
O documento traz informações sobre movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro entre junho e julho de 2017. São 48 depósitos em espécie na conta do senador eleito, concentrados no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Assembleia Legistativa do Rio, e sempre no mesmo valor: R$ 2 mil.
Na terça-feira, uma força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro contra milícia que age em grilagem de terras prendeu o major Ronald, que foi homenageado em 2004 por Flávio Bolsonaro, com uma moção de louvor na Assembleia. A mãe e a mulher de outro denunciado na operação trabalharam no gabinete de Flávio.
Governo
Na terça, o presidente brasileiro afirmou ter montado uma boa equipe para administrar o País, em especial na economia. Também disse esperar o apoio do Congresso Nacional e lembrou da necessidade de reformas, como a da Previdência. Ele defendeu que o Brasil lidere pelo exemplo e afirmou, de improviso, que os países precisam cooperar.
“Hoje em dia, um precisa do outro. O Brasil precisa de vocês, e vocês com certeza precisam do nosso querido Brasil”, afirmou, com a voz embargada ao subir na plenária do 49º Fórum Econômico Mundial.