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Celebridades “Se eu quiser ser uma pantera eu sou, se quiser lavar o chão, lavo”, disse a cantora Fafá de Belém

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Em novo disco, "Humana", a cantora faz um manifesto delicado em músicas de compositores como Letícia Novaes, Fátima Guedes e Lulu Santos. (Foto: Wallace Barbosa/AG News)

A cantora Fafá de Belém tem gravado longos arquivos de áudio contando sua história — rascunhos de uma autobiografia. Falando com a liberdade de quem não tem testemunhas, Fafá sentiu o desejo de fazer um disco mais contido do que “Do tamanho certo para o meu sorriso” (2015), um bem sucedido mergulho na música paraense (suas raízes). O resultado é “Humana”.

“Queria o outro lado do sorriso, o que sustenta minha capacidade de mudança, sempre apoiada na confiança de que terei uma rede de proteção. Nem que seja tecida na minha esperança”, diz Fafá. A cantora contou a ideia a Paulo Borges, com quem havia trabalhado no show de “Do tamanho certo…”. E descobriu que ele pensava o mesmo.

“Queríamos um disco pra dentro, menos ruidoso, mas com sonoridade moderna. Um manifesto pros tempos que estamos vivendo, de incapacidade de diálogo”, conta Fafá. “Liguei pro (compositor) Dudu Falcão e pedi uma música, explicando a ideia de cantar essa mulher que se posiciona, toca a vida sem que isso seja um estandarte. Aí ele disse: “Sim, humana”.

O compositor não entregou a canção, mas acabou batizando o projeto. A mulher que Fafá mira em “Humana” é a que aparece em “Eu sou aquela”, de Joyce e Paulo César Pinheiro (“É a minha cara, muito Rio, muito livre, tranquila, mas em quem ninguém manda”). Ou em “O resto do resto”, de Fátima Guedes (“Me dê o suficiente/ Pra ter paz aqui e agora/ O resto é pra quem precisa/ E o resto do resto/ É pra quem me explora”).

“Foi uma interpretação que deu muito trabalho. Não quis que ela fosse um hino, mas uma conversa”, explica Fafá. “Assim como “O terno e perigoso rosto do amor”, a música de Adriana (Calcanhotto, que musicou um poema de Jacques Prévert) , uma delicadeza, minimalista. A minha gargalhada, meu tamanho, acaba sendo maior do que essa mulher, essa menina, essa observadora que eu sou.”

Em “Humana” (produzido pelo DJ Zé Pedro, com direção musical de Arthur Nogueira), o chão instrumental que sustenta a “menina observadora” é igualmente delicado e contundente. Zé Manoel (pianos acústico e elétrico), Allen Alencar (guitarra), João Paulo Deogracias (baixo elétrico e synth) e Richard Ribeiro (bateria e percussão) construíram arranjos do tamanho certo para o “outro sorriso” de Fafá, valorizando sua interpretação.

No disco, o canto de Fafá se mostra preciso em seu corte. Mas também transborda, como em “Não queira saber de mim”, de Carlos Tê e Rui Veloso, na qual ela termina chorando. Ou “Dona de castelo”, de Jards Macalé e Waly Salomão, que ela canta desde o início da carreira, nos anos 1970. Sua voz em “Humana” caminha sutilmente no fio fino entre o mais íntimo e o mais público — como em “Toda forma de amor”, de Lulu Santos.

““Toda forma de amor” é também um manifesto contra essa ideia de “A minha democracia é melhor do que a sua”. Olhar o mundo de forma mais generosa”, argumenta. “Sem radicalismo você não rompe com nada. Mas no radicalismo não podemos perder o olhar amoroso. ‘Hay que endurecer, pero sin perder la ternura.’ Se a gente se embrutece vamos repetir a postura de quem sempre quis nos manter trancadas sem podermos ser quem somos.”

“Sou isso e aquilo”

Nesse diálogo com seu tempo, ela buscou músicas de compositores jovens como Arthur Nogueira e Ava Rocha (parceiros em “Ave do amor”), Letícia Novaes (“Alinhamento energético”) e Zé Manoel e Conrado Segreto (juntos eles assinam “Eu não sou nada teu”).

“As palavras deles cabem perfeitamente na minha boca. Quando gravei “Menestrel das Alagoas” (canção-símbolo das Diretas Já) , o manifesto era outro. Hoje o manifesto é esse, essa gente querendo se reconhecer e ser reconhecida”, avalia Fafá, do lugar de quem já se reconhece. “Se eu quiser ser uma pantera eu sou, se quiser lavar o chão lavo. Só não quero ninguém me dando ordem. Sou isso e aquilo. E muito mais.”

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