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Colunistas ‘Se pudesse, decretava calamidade’, diz Sartori

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José Ivo Sartori
O governador do Rio Grande do Sul se emocionou, embargou o voz e quase chorou ao reconhecer as dificuldades que o parcelamento causará às famílias dos servidores.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

“Situação de calamidade.” É assim que o governador José Ivo Sartori classifica a situação das finanças do Rio Grande do Sul. “Se fosse possível assinar um decreto declarando estado de calamidade, eu assinaria”, emendou, rosto carregado e cansaço visível, na entrevista coletiva em que anunciou o parcelamento dos salários dos servidores do Executivo em quatro partes por absoluta falta de dinheiro.

Sartori se emocionou, embargou o voz, quase chorou ao reconhecer as dificuldades que a medida causará às famílias dos servidores. “Eu entendo a indignação de todos, mas são problemas que vêm de décadas, que precisam ser enfrentados – e nós estamos enfrentando com projetos protocolados na Assembleia”, argumentou.

O parcelamento é danoso ao orçamento dos servidores. De todos os servidores. Dos que ganham menos e dos que recebem mais. Contudo os salários estarão quitados até 22 de setembro. O prazo não é motivo para comemorar, porque serão 22 dias de espera, recebendo os ganhos de direito a conta-gotas. Mas, dos males, o menor.

O pior dos males virá se o governo Dilma Rousseff, do PT, “invadir”, de novo, as contas do Rio Grande do Sul para confiscar a parcela da dívida de agosto com a União, que não será paga, devido à prioridade dada pelo Palácio Piratini ao compromisso salarial com os servidores.

Se Dilma Rousseff assumir o controle da contas do Estado, como fez no mês anterior até recolher o último centavo de R$ 163 milhões, o parcelamento ficará prejudicado, sem dúvida alguma. José Ivo Sartori, o gringo de Caxias do Sul, não é o ilusionista David Copperfield. Não faz mágica. Não faz aparecer dinheiro do nada.

O petismo, que contribuiu decisivamente para a falência do Estado nos últimos anos, deveria substituir o discurso do quanto pior, melhor, por viagens a Brasília, para conversar com seu governo federal, que está de costas para os gaúchos. O governo do PT se lembra dos gaúchos, de quatro em quatro anos, quando precisa de votos.

Os falantes oposicionistas podem colaborar, buscando soluções com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o pitbull das finanças federais. Também podem procurar a presidente Dilma e apelar que trate melhor o Rio Grande, buscando inspiração nos próprios governos do PT, que perdoaram dívidas de países africanos.

Sartori só cometeu um erro na coletiva. Disse que não vai atirar pedras no passado – e quase pediu desculpas por citar números que mostram como a coisa degringolou nesses anos. Ora, governador, o senhor não pode esconder a história. Deve, ao contrário, mostrá-la para favorecer a luta contra a ignorância política.

Bom seria que não quisesse jogar pedras no passado, para jogar penedos. Jogar a montanha inteira. Contribuir para a politização. Ajudar na conscientizar. Informar os gaúchos. Governador, não sonegue os fatos. Não tape o sol com a peneira. Não colabore para o retorno da tragédia política. Não projeta perdulários.

Cuide do Rio Grande, governador, contando a história inteira das dificuldades, e até chorando, sem ficar parar na voz embargada, solidário com as dificuldades alheias, se tiver vontade.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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