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Esporte Seis dirigentes do COI são investigados por venda de votos; escolha do Rio como sede em 2016 está sob suspeita

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Comitê responsável pelos jogos alega que compradores não informaram dados bancários para o ressarcimento. (Foto: Reprodução)

Seis membros ou ex-integrantes do COI (Comitê Olímpico Internacional) estão sob suspeita de terem recebido propinas para votar por determinadas cidades para receber torneios e eventos esportivos de grande porte. A investigação está sendo conduzida pela procuradoria em Paris, com a colaboração internacional. Entre as suspeitas está a votação que deu ao Rio de Janeiro o direito de sediar os Jogos de 2016.

No centro da polêmica está Lamine Diack, ex-presidente da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo). Mas fontes envolvidas no processo confirmaram à reportagem que, no total, estão examinando seis diferentes dirigentes esportivos por diversos processos de seleção de sedes para eventos. Os nomes não estão sendo divulgados, por enquanto. O COI garante que está cooperando e que é parte civil no processo.

Um dos membros é o auditor da votação no COI que garantiu a vitória do Rio de Janeiro, Frankie Fredericks. Na semana passada, ele decidiu abandonar seus cargos dentro do COI horas antes que o Comitê de Ética da entidade revelasse ao público que ele seria suspenso.

Declarando ser inocente, ele abdicou ao cargo de presidente da comissão de avaliação dos Jogos de 2024 e não votará para a escolha da próxima sede, em setembro. Mas, com o COI, driblou um constrangimento internacional para tentar mostrar que foi ele mesmo quem havia optado sair.

De acordo com o Ministério Público francês, a família de Diack, suspeita de ter recebido US$ 1,5 milhão de empresários próximos aos organizadores da Rio-2016, transferiu US$ 299,3 mil pela empresa Pamodzi para a empresa offshore Yemli Limited. O deposito ocorreu em 2 de outubro de 2009, dia da vitória do Rio para sediar os Jogos. Mas a empresa beneficiada tinha uma relação direta com Fredericks, que foi justamente um dos monitores do COI no momento do voto nas eleições de 2009 e vencidas pelo Rio.

Na última terça-feira (7), ainda pela manhã, Fredericks emitiu um comunicado pelo qual ele afirmava que deixaria seus cargos, para permitir que o processo pudesse ocorrer sem distrações. Ele ainda prometia colaborar nas investigações e apostava que a Comissão de Ética o inocentaria.

O que ele não revelou é que, horas depois, seria essa mesma Comissão de Ética do COI que faria as seguintes recomendações: remover a participação e a presidência da Comissão dos Jogos de 2024 de Fredericks, suspendê-lo provisoriamente da coordenação dos Jogos da Juventude de 2018 e retirar seu direito de voto para a escolha da sede de 2024 na disputa entre Paris, na França, e Los Angeles, nos Estados Unidos.

A crise levou o COI a reunir seu Conselho Executivo na semana passada. Repetindo seu mantra de que está comprometido a cooperar com a Justiça francesa, a cúpula do COI “enfatizou a presunção de inocência” do suspeito e diz ter “tomado nota” de sua renúncia. Mas, numa manobra, optou por simplesmente aceitar a renúncia do dirigente, sem ter de puni-lo ou recorrer à decisão da Comissão de Ética. “Ele tomou a decisão de aplicar uma auto-suspensão”, indicou o comunicado do COI.

O Comitê Rio-2016 insiste que a campanha foi “limpa” e que a cidade ganhou o direito de sediar os Jogos com ampla margem de votos. Mas, em 2009 quando o Rio de Janeiro venceu a corrida para sediar os Jogos de 2016, Lamine Diack foi um dos primeiros que foi até o encontro da delegação brasileira para abraçar Pelé e outros membros do grupo quando o nome da cidade carioca foi anunciada.

Naquele mesmo dia, Diack declararia que o Rio “mereceu ser campeão”. “Acho que está correto que a Olimpíada mostre seu apelo universal indo para a América do Sul pela primeira vez”, afirmou então. Um dos membros do comitê de ética da entidade liderada por Diack era Carlos Arthur Nuzman, presidente da Rio-2016.

Investigadores independentes que apuraram a corrupção e doping na IAAF em 2015 criticaram o comportamento do órgão de controle interno da entidade mergulhada no escândalo. No informe publicado pelos investigadores, a IAAF é acusada de manter uma “corrupção enraizada”, promover a extorsão de atletas, comprar votos e mesmo ameaçar dirigentes. Apesar dessa situação, a Comissão de Ética da IAAF não agiu e só começou a punir seus dirigentes em 2015, quando a polícia os havia indiciado.

Nuzman foi eleito para a entidade em janeiro de 2014, ao lado de outros membros internacionais. Os investigadores verificaram que a comissão formada por Nuzman condenou quatro funcionários, mas só depois que a polícia passou a examinar os casos.

“Apesar da criação da Comissão de Ética ter sido um bom passo, as condições sob a qual operava não eram óbvias e nem transparentes”, disse o informe. “Parecia impossível para a Comissão de Ética compartilhar informação sob sua posse com o Comitê de Inquérito”, criticou.

(Agência Estado)

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