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Brasil Seis meses após a morte de Marielle, a Polícia tenta obter delação

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Ato cobra solução do caso Marielle. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Seis meses após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, a polícia ainda depende da delação do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, para avançar na elucidação do crime. Uma fonte que atua na investigação informou que já está em andamento uma negociação entre a Delegacia de Homicídios da Capital e a defesa de Curicica para que o miliciano, preso na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, colabore com o caso. Se o acordo sair, o depoimento de Curicica, que sequer foi indiciado pelas mortes de Marielle e Anderson, será colhido por uma equipe que irá ao presídio.

Enquanto as negociações avançam, os policiais deram início a nova fase nas apurações. Agora, chegou a vez de ouvir o padrinho político de Marielle, o deputado Marcelo Freixo (PSOL).

Marinete Silva, mãe de Marielle, conta que, quanto mais tempo a polícia leva para prender os assassinos da filha, maior é a apreensão e o sofrimento.

“Não tem um dia que eu não chore pela ausência da minha filha. Foi muito brutal. A dor de uma mãe, quando perde um filho, não se mede. Já se passaram seis meses sem respostas.”

A viúva de Marielle, Mônica Benício, também lamenta a demora na elucidação do caso:

“Seis meses sem respostas resumem a debilidade das autoridades do País. Aprofunda a nossa dor ao mesmo tempo em que faz o País passar vergonha internacional. O Estado brasileiro segue com as mãos sujas de sangue.”

A viúva de Anderson Gomes, Ágatha Reis, reconhece as dificuldades da polícia:

“Sei que é um árduo trabalho para os que estão investigando as mortes. É um caso complexo, sem um ponto de partida nítido e com muitas especulações. Peço aos investigadores que permaneçam empenhados. Confio que não estão medindo esforços para que se chegue aos verdadeiros culpados.”

Os policiais dizem que os assassinatos por emboscada de Marielle e Anderson foram bem planejados e praticamente não deixaram rastros. No entanto, eles afirmam que não existe crime perfeito. Em seis meses, já foram produzidos dez volumes em documentos. São depoimentos, contas de telefones, análises de triangulações de antenas de celulares, levantamentos de placas de automóveis e de fichas de criminosos com as mesmas características na forma de matar.

“Ainda falta unir algumas peças do quebra-cabeça. Não estamos deixando de seguir nenhuma linha. Mas, logicamente, há algumas mais fortes do que outras”, diz o responsável pela investigação, o delegado titular da DH da Capital, Giniton Lages.

Mãe de Curicica

A mãe de Curicica — e de outros quatro meninos —, Maria do Carmo Araújo, contou em agosto que Orlando, aos 12 anos, saía com um carrinho de mão vendendo, por alguns trocados, terra para vizinhos que construíam suas casas. Depois de completar o segundo grau, ele passou num concurso e se tornou PM em 30 de maio de 1996.

“Decidiu ser PM contra a minha vontade”, lembra a mãe, garantindo, contra todas as evidências de policiais, que o filho sempre foi um bom menino, carinhoso e trabalhador. “Ele não matou essa Marielle, quer testemunhar, ser ouvido pelo Ministério Público. Não me contou detalhes, mas garantiu que tem gente graúda por trás (do crime).”

tags: segurança

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