Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2016
Mais de 1,3 milhão de crianças da África Central e Ocidental poderão ficar sem a refeição escolar que recebem da ONU (Organização das Nações Unidas), informou o órgão nessa terça-feira. Se o PMA (Programa Mundial de Alimentos) não conseguir novos recursos ao longo do próximo mês, mais de meio milhão de meninos e meninas em Camarões, Mali, Mauritânia e Níger vão ficar sem comida na escola. Até o final do ano, segundo a ONU, ao menos 700 mil crianças poderão ficar sem a assistência em outros 11 países.
No Chade – onde até quatro quintos da população em algumas regiões não têm comida suficiente para levar uma vida saudável – o projeto de refeições escolares do PMA foi reduzido em mais de 90% nos últimos três anos devido à falta de fundos. Em 2013, mais de 200 mil crianças participavam do programa. Em 2016, o número baixou para 15 mil. No Senegal, o financiamento atual cobrirá merenda escolar para menos de um quinto das crianças inicialmente previstas para receber o auxílio. Em Mauritânia e Camarões, os fundos acabaram no período letivo de 2015-2016, forçando o PMA a parar de ajudar em janeiro e março. Na Guiné, o programa será reduzido à metade durante este ano.
Enquanto em alguns países, o governo e outras agências lideram ou complementam o PMA, na maior parte desta região, o programa é o fornecedor único ou principal das refeições escolares, visando áreas onde os níveis de fome e desnutrição são mais elevados. Ano após ano, as restrições de financiamento têm forçado o PMA a encolher suas áreas de cobertura, conforme a ONU.
“Em muitos dos países da África Ocidental e Central – que vivem sob fome crônica e desnutrição, cada vez mais afetados por conflitos –, as merendas escolares têm sido uma tábua de salvação para as crianças, pois muitas vezes essas são as únicas refeições regulares e nutritivas que elas recebem”, afirma o diretor regional do PMA na África Ocidental, Abdou Dieng.
Os principais doadores do programa de refeições escolares do PMA na África Ocidental e Central para o período letivo 2015-2016 foram Arábia Saudita, Canadá, Estados Unidos, Japão, Luxemburgo e União Europeia.