Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) fará sua estreia internacional no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que começará na semana que vem, e deverá assumir o protagonismo do evento, que não contará com as participações dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da França, Emmanuel Macron.
As promessas de abertura do mercado brasileiro, o combate à corrupção e o discurso liberal da equipe econômica, liderada pelo economista Paulo Guedes, atraem as atenções de empresários e do governo da Suíça. Mas o presidente brasileiro, que estará no evento entre os dias 22 e 24, também será cobrado a se posicionar sobre temas importantes, como defesa da floresta, imigrantes, igualdade de gênero e direitos humanos.
O discurso do presidente em áreas sociais constrange organizadores e autoridades. O foco será em sua agenda econômica, sobretudo o pacote de privatização e abertura comercial, além dos planos do ministro Sérgio Moro para combater a corrupção.
Davos sofreu, nos últimos dias, duas perdas importantes em sua programação, com o anúncio de que Trump e Macron não iriam comparecer ao evento internacional. Um dos dirigentes do fórum não escondeu que, diante dessas desistências, Bolsonaro desponta como “uma das principais atenções” da edição do evento em 2019.
Uma lista preliminar dos convidados obtida pelo jornal revela que, de fato, a presença de chefes de Estado traz nomes de pouco destaque internacional. As apostas recaem sobre a participação de países latino-americanos, com a presença de líderes eleitos no ano passado, como o presidente da Colômbia, Ivan Duque, e Lenin Moreno, do Equador, além de Mario Abdo Benitez, do Paraguai.
Comitiva
Além de Bolsonaro, a comitiva vai contar com os ministros da Fazenda, Paulo Guedes; da Justiça, Sérgio Moro; e o chanceler Ernesto Araujo. O filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, também estará presente. A lista ainda inclui o governador de São Paulo, João Doria, e Luciano Huck, ainda que ele seja classificado na agenda do Fórum apenas como um “apresentador de TV”.
“Há muita curiosidade para saber o que Bolsonaro é e o que pensa. Mas, mais que ouvir Bolsonaro, os empresários vão querer buscar garantias com seu ministro da Fazenda [Paulo Guedes]”, comentou um dos diretores de Davos, na condição de anonimato. “Ele é de Chicago e isso, claro, dá certo conforto a muitos que estarão em Davos”, disse, em referência ao fato de Guedes seguir uma linha de pensamento desenvolvida na universidade da cidade americana em que o liberalismo é o grande foco.
Moro também ganhará protagonismo. O ex-juiz fará apresentação aos empresários sobre seus planos para reforçar o combate à corrupção. O fórum, que chegou a entregar um prêmio de estadista do ano para Luiz Inácio Lula da Silva, tinha Marcelo Odebrecht como um de seus copresidentes e ainda a Petrobras como apoiadora financeira de uma campanha contra a corrupção.