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Brasil Senadores da oposição farão perguntas de conhecimento geral a Eduardo Bolsonaro em sabatina

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(Foto: Alan Santos/PR)

Senadores da oposição querem impor momentos de constrangimento na sabatina de Eduardo Bolsonaro para ser aprovado para a Embaixada do Brasil em Washington. Vão fazer perguntas de conhecimento geral e de língua inglesa. A informação é da revista Época.

Salário dobrará

Caso seja nomeado embaixador em Washington, Eduardo Bolsonaro verá seu salário dobrar. Segundo o Itamaraty, a remuneração bruta para o cargo é de US$ 18.216,25, o que equivale a R$ 68.546,57.

Esse valor considera que Eduardo levará a mulher, Heloísa Wolf Bolsonaro, com quem se casou em maio. O embaixador em Washington, casado, tem direito a um auxílio-família de US$ 958,75 mensais, ou seja, R$ 3.607,71.

Atualmente, o salário bruto de um deputado federal é de R$ 33.763.

Pedido de impedimento negado

A Justiça negou o pedido de uma ação popular contra a nomeação de Eduardo Bolsonaro para embaixador em Washington.

O juiz Diego Câmara, da 17ª Vara Federal em Brasília, entendeu que só há “manifestações informais de anseios político-administrativos”, e negou o pedido.

Na sexta-feira, dois advogados, Bertoldo Klinger Barros Rego Neto e Aidil Lucena Carvalho, pediram à Justiça que Jair Bolsonaro fosse impedido de nomear o filho para a Embaixada nos Estados Unidos.

O magistrado afirmou que a indicação de Eduardo Bolsonaro “ainda será submetida ao controle político do Senado”, “caso venha a acontecer”, e disse que cabe ao Senado decidir sobre ela.

Ruptura

Com a cogitação do nome de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington, especialistas questionam se a escolha é a melhor opção para um dos postos mais importantes da diplomacia do País.

Nas últimas décadas, a missão vem sendo chefiada por diplomatas de carreira, com experiência comprovada. A exceção mais recente foi no governo Sarney, quando Marcílio Marques Moreira, que se formou diplomata mas abandonou a carreira, foi indicado em 1986. Ao deixar o posto, em 1991, assumiu o Ministério da Economia no governo Collor.

Eduardo Bolsonaro, por outro lado, não é diplomata, possui pouca experiência em política internacional e tem posições controvertidas em temas como a Venezuela, onde já defendeu uma ação militar (depois recuando), e sobre armas nucleares, quando disse, em maio, que elas “trazem paz”.

“Essa indicação rompe com a tradição do Itamaraty, ele não tem um histórico de atuação diplomática, é uma pessoa totalmente alinhada à política do presidente americano e é filho do presidente”, afirma Gustavo Macedo, pesquisador no Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da USP.

Para Gustavo, a indicação pode ser vista como uma mensagem de uma grande mudança no Itamaraty. “Isso consolida uma ruptura com a tradição diplomática brasileira. A relação com os EUA foi, nos últimos anos, marcada por uma aproximação cautelosa. Os embaixadores em Washington eram considerados embaixadores de alto desempenho, muito experientes, com uma carreira consolidada. Ainda que tivessem diferenças em termos de política externa, havia o consenso de que atendiam às expectativas.”

Alinhamento

Uma das razões para esta escolha, na visão dos analistas, é buscar uma proximidade com o governo de Donald Trump. Eduardo Bolsonaro se diz “amigo” de Trump e mantém contato com Ivanka Trump, filha e uma das maiores influenciadoras do presidente americano. Hoje o Itamaraty tem como prioridade as relações com o governo dos EUA.

“Como embaixador, ele teria acesso inigualável ao presidente americano. Ele chegaria com esse grau de acesso que, de longe, seria o maior grau de acesso de um embaixador da América Latina em Washington”, afirma Matias Spektor, professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas.

Eduardo Bolsonaro não esconde sua admiração e apoio incondicional ao presidente Donald Trump, já tendo se deixado fotografar usando um boné da campanha de Trump à reeleição, no ano que vem. Esse alinhamento, para o professor Spektor, pode não ser tão útil em momentos de crise.

“O papel do embaixador em Washington também é de resolver crises. E isso demanda que o embaixador do Brasil seja duro com o governo americano ao defender interesses brasileiros. Isso é um problema para o Eduardo, que deu sinais de apoio incontestável ao Trump. A capacidade que ele terá de comunicar más notícias e partir para a briga fica muito limitada”, diz.

Maurício Santoro, professor de relações internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, também questiona como os americanos receberiam essa indicação.

Santoro acredita que a discussão no Senado sobre o nome de Eduardo Bolsonaro será bem mais intensa do que em outras indicações para postos no exterior.

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https://www.osul.com.br/senadores-da-oposicao-farao-perguntas-de-conhecimento-geral-a-eduardo-bolsonaro-em-sabatina/ Senadores da oposição farão perguntas de conhecimento geral a Eduardo Bolsonaro em sabatina 2019-07-20
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