Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2016
O juiz Sergio Moro não tem imparcialidade para julgar acusados na Operação Lava-Jato, na opinião de Nabor Bulhões, 65 anos, advogado de Marcelo Odebrecht, um dos principais executivos presos pela PF (Polícia Federal). “Ele se deixou levar por um lado”, afirmou.
Sobre ter assinado uma carta de advogados acusando a Lava-Jato, Bulhões disse que o documento não é contra as instituições judiciárias brasileiras, mas contra abusos ocorridos no âmbito da operação. Para o advogado, as instâncias superiores não se debruçaram por inteiro sobre esses vícios e abusos, que ocorrem predominantemente na origem, na condução da ação penal em primeira instância, tendo à frente os procuradores que integram a força-tarefa. “É uma manifestação de advogados, professores e juristas preocupados em garantir a higidez do sistema”, avalia.
Ele ressalta que as questões cruciais sobre a competência de Moro, a sua isenção, não passaram pelo crivo das instâncias superiores. Há questionamentos relevantes quanto ao fato de o juiz se atribuir jurisdição nacional, quanto à parcialidade objetiva dele. “Isso não é uma ofensa pessoal ao magistrado. Um dos princípios magnos do nosso sistema é que acusação e julgamento estão em esferas diferentes. Não é possível que o julgador seja o investigador.” (Folhapress)