Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2017
Em assembleia geral com cerca de 3 mil municipários, realizada na noite desta sexta-feira (29), no Largo Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre, a categoria decidiu pela greve geral a partir da próxima quinta-feira (05). A notificação ao prefeito Nelson Marchezan será feita nesta segunda-feira (02).
A greve é por tempo indeterminado, mas não envolve servidores da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), nem os rodoviários da Carris. Ambas as empresas manterão a prestação dos serviços, já que os funcionários não tiveram o salário parcelado – embora tenham passado a receber no quinto dia útil do mês seguinte. Na terça-feira, dia 10, a categoria volta a se reunir em assembleia para avaliação dos rumos da paralisação.
A greve foi deflagrada após um processo de tentativa de diálogo com a prefeitura. Na reunião entre a direção do Simpa (Sindicato dos Municipários de Porto Alegre) e o secretário de Gestão e Planejamento, José Alfredo Parode, não houve avanços nos itens da pauta da categoria, nem no que diz respeito à retirada dos projetos que estão na Câmara e ao fim do parcelamento.
Paralelamente, a categoria se mobilizou realizando atos e atividades para possibilitar a realização de uma assembleia massiva e representativa. Ao todo, há 24 mil servidores municipais em Porto Alegre, dos quais 18 mil na ativa.
Unidade na luta
A diretora do Simpa, Luciane Pereira, abriu os trabalhos destacando que “a assembleia, a décima deste ano, já começa grandiosa, com a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras”. E completou: “ser servidor, hoje, é um ato de resistência”. O diretor Jonas Tarcísio Reis enfatizou que “Marchezan não representa Porto Alegre” e “vai engolir estes projetos; vamos tomar as ruas já!”.
O último diretor a falar foi Alberto Terres. “Estamos todos irmanados contra os ataques à categoria”. E explicou que a greve deflagrada hoje não pode ser considerada ilegal uma vez que a própria prefeitura não está cumprindo com a decisão da Justiça que determinou que o poder público municipal é obrigado a pagar multa cada vez que os salários forem parcelados, decisão que ainda depende do fim da tramitação nas instâncias judiciárias para ser aplicada.
A greve só vai começar na quinta devido ao prazo legal de 72 horas exigido para a comunicação de paralisação em serviços públicos.