Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2015
Quase nove meses atrás, o módulo Philae realizou seu pouso em um cometa. Agora, os cientistas da épica missão espacial europeia finalmente estão dando à luz os frutos da expedição, incluindo um relato detalhado da atribulada descida da sonda. Em 12 de novembro do ano passado, foram duas quicadas e uma passagem de raspão pela borda de uma cratera, antes do pouso final, em uma região acidentada do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko – “Chury”, para os íntimos.
Aliás, até mesmo esse processo de pouso “com escalas” redundou em acréscimo de dados para a missão. Graças a isso, foi possível estudar as características do solo tanto no ponto da primeira quicada como no local da descida final.
Composição
Uma das mais intrigantes revelações dos novos estudos diz respeito à composição do solo. Ela é riquíssima em moléculas orgânicas, a base da vida na Terra, e imagina-se que os cometas possam ter tido um papel trazendo esses compostos para cá, nos primórdios da formação do Sistema Solar.
Foi possível detectar 16 diferentes compostos, quatro dos quais (metil-isocianato, acetona, propionaldeído e acetamido) nunca haviam sido detectados em um cometa antes. E deve haver mais. “‘Ponta do iceberg’ é uma descrição muito apropriada”, disse Fred Gösmann, cientista do instrumento Cosac. O resultado é uma pista importante da riqueza orgânica existente nos cometas. (Salvador Nogueira/Folhapress)