Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de julho de 2015
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ricardo Lewandowski, solicitou ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato na primeira instância, esclarecimentos sobre a citação ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no depoimento de um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobras.
Lewandowski quer ouvir as explicações do magistrado da Justiça Federal do Paraná antes de analisar o pedido de Cunha para que o processo em que ele é citado seja encaminhado ao STF.
Em depoimento na semana passada, o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo afirmou que o deputado pediu 5 milhões de dólares para viabilizar a contratação de navios-sonda por parte da Petrobras. O presidente da Câmara, que é investigado pela Procuradoria-Geral da República por suspeita de ter recebido propina de fornecedores da Petrobras, nega.
Na segunda-feira, depois de romper com o governo por acusar o Planalto de ter articulado a versão do delator, Cunha questionou a atuação de Moro no processo em que ele é citado. O peemedebista reivindica que a ação seja remetida ao Supremo.
A alegação de Cunha é de que o juiz federal feriu a competência do STF ao investigá-lo, uma vez que parlamentar só pode ser alvo de apuração com aval dos ministros da mais alta corte do País. A defesa de Cunha solicitou uma liminar para suspender imediatamente o andamento do processo, além de pedir o envio imediato dos autos ao STF.
Cunha quer paralisar a ação penal à qual respondem como réus Camargo e o doleiro Alberto Youssef, outro delator da Lava-Jato. Além deles, também é réu na ação o lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, acusado de ser o operador do PMDB no esquema, e o ex-diretor Internacional da estatal Nestor Cerveró. (G1)