Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2017
Nessa quarta-feira, após o líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciar que a votação da reforma da Previdência ficará para fevereiro, o Palácio do Planalto divulgou uma nota informando que o presidente Michel Temer ainda definirá uma data com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
O anúncio de Jucá ocorreu às 17h, enquanto a nota do Planalto foi divulgada às 18h50min. Essa discrepância teria irritado a cúpula do governo. De acordo com fontes do primeiro escalão de Brasília, o Planalto avalia que Jucá o “atropelou”, porque a estratégia era guardar o anúncio para esta quinta-feira, a fim de evitar o esvaziamento do debate.
Por meio da assessoria, Jucá informou que a votação ficou para fevereiro. Minutos depois, o senador chamou a imprensa para uma entrevista coletiva na qual disse que a decisão de deixar a votação para fevereiro foi tomada após acordo entre Eunício e Maia, acrescentando que o Palácio do Planalto havia participado do entendimento.
Questionado sobre o assunto após o anúncio de Jucá, Rodrigo Maia disse que não havia feito acordo e afirmou que conversará com Temer até esta quinta. “Não fiz acordo com ninguém. Fiquei de conversar com presidente Michel entre hoje [quarta] e amanhã [quinta] para a gente avaliar se tem condição de votar amanhã ou não. Eu sempre disse que não é fácil”, disse.
Maia acrescentou, ainda, ter conversado com Eunício que a decisão sobre adiar ou não seja tomada em conjunto com Temer. “Como o presidente viajou, estou esperando o presidente voltar para que eu possa entender se o governo tem o número de votos necessários para votar a previdência já na próxima semana.”
Anúncio não cabe a Jucá, diz líder
O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que, na opinião dele, não cabe a Jucá ou a outro membro do governo definir a pauta de votações do Congresso. Para Ribeiro, a atribuição é dos presidentes da Câmara e do Senado.
“Essa definição de data deve ser feita por quem pauta e não é o governo que pauta. São os presidentes das casas. Eu, como líder do governo, não pauto o presidente da Câmara. Temos que esperar o presidente Temer, Maia e Eunício terem essa definição”, afirmou.
“Ruídos são naturais em momentos como esse. Mas esse tipo de ruído não interfere em nada. Não vamos supervalorizar o que não tem valor”, acrescentou.
Temer em São Paulo
Mais cedo, Temer havia passado por um procedimento cirúrgico de pequeno porte no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo a assessoria da Presidência da República, o período de recuperação do paciente é de até 48 horas. O peemedebista apresentava um quadro de dificuldade urinária e diagnóstico de estreitamento uretral e, por isso, precisou ser submetido à cirurgia, que “ocorreu com sucesso”, segundo a nota do Planalto.
A Presidência informou, ainda, que Temer deverá retornar a Brasília já nesta quinta-feira: “Após passar por procedimento cirúrgico em São Paulo na tarde de hoje, o presidente Michel Temer retornará a Brasília nesta quinta-feira (14), com liberação da equipe médica que o acompanha. Ele espera ainda para amanhã a leitura da emenda aglutinativa do deputado Arthur Maia sobre a reforma da Previdência. Somente depois disso, o presidente discutirá com os presidentes do Senado Federal, Eunício Oliveira, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a data de votação da proposta.”