Brasil Ministro do Supremo concedeu só até sexta para Temer responder às perguntas da Polícia Federal

O ministro Edson Fachin, durante sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. (Foto: AG)

O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), deu como prazo até 17h da próxima sexta-feira (9) para que o presidente Michel Temer responda às 82 perguntas formuladas pela PF (Polícia Federal) no inquérito que investiga se ele praticou os crimes de corrupção, obstrução da Justiça e organização criminosa. Fachin atendeu a um pedido da defesa de Temer, que argumentou ser exíguo o prazo de 24 horas, que se encerraria na tarde desta terça-feira. Mas o ministro ressalvou que “improrrogavelmente” as respostas deverão ser dadas até a nova data fixada.

Temer deve responder por escrito aos questionamentos da PF. Também poderá silenciar. No entanto, a defesa do presidente afirmou que quer esclarecer todos os fatos e, por isso, pediu mais tempo. “Em análise pautada pelo princípio da razoabilidade compreendo possível deferir o pleito, especialmente considerando o número de perguntas formuladas, bem como o fato de que, em princípio, não adviria prejuízo à investigação a postergação do prazo anteriormente assinalado”.

As 82 perguntas dirigidas pela PF ao presidente Michel Temer estão divididas em dois blocos. No primeiro, são 59 questionamentos que tentam traçar as relações do peemedebista com outros investigados, como seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, e os delatores da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud. O segundo traz 23 indagações específicas sobre as informações levantadas a partir da gravação feita por Joesley com Temer no subsolo do Palácio do Jaburu.

O interrogatório por escrito questiona Temer a respeito de pontos cruciais, tais como porque ele não comunicou às autoridades ou ao menos advertiu Joesley ao ouvir do empresário que estava corrompendo dois membros da Justiça, no que inclusive repetiu as palavras do interlocutor: “tá segurando, os dois”. Temer é questionado ainda sobre por que aceitou se reunir fora da agenda pública com o dono da JBS que ele próprio desqualificou, após as gravações se tornarem públicas, como um “conhecido falastrão”.

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