Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2017
O presidente Michel Temer fez um apelo para a retomada das discussões das reformas governistas, como a da Previdência, em um café da manhã, nesta quarta-feira (13), com parlamentares da base aliada e ministros, no Palácio da Alvorada, em Brasília. Segundo a assessoria da Presidência, Temer se reuniu com 18 ministros e 17 deputados.
De acordo com o ministro Maurício Quintella (Transportes), o governo mira a reforma tributária, menos polêmica, e fala em esforço para discutir a previdenciária. “É preciso reorganizar a base, votar a reforma tributária, que é menos polêmica, e voltar a discutir a reforma da Previdência”, disse.
“A expectativa é de que em outubro ou novembro seja possível avançar, se não na reforma da Previdência ideal, a possível”, reforçou. Quintella admitiu que a base parlamentar se encontra desmobilizada neste momento, mas negou que a desmobilização tenha se dado apenas pelas denúncias envolvendo o governo.
Segundo ele, há uma resistência clara de parte do Congresso Nacional em relação à reforma previdenciária em razão da proximidade das eleições. O ministro disse ainda que a Previdência foi atropelada por outros temas, como a reforma política, e medidas provisórias.
Durante o café da manhã, Temer expôs os recentes dados de recuperação da economia brasileira, considerados o principal trunfo de seu mandato, e pediu aos parlamentares governistas que, em reposta às críticas ao governo, divulguem essas informações.
Crise política
Com a deflagração de uma nova crise política, o presidente Michel Temer pediu à base aliada que defenda o governo e que rebata as críticas feitas contra ele. Pregou que não se pode ficar em silêncio ou se aquietar diante de acusações contra a administração peemedebista.
“Eu pediria que vocês incentivem os nossos deputados e senadores para fazer um discurso de rebate. Porque, muitas vezes, eu vejo que a pessoa ouve uma coisa negativa e se aquieta, fica em silêncio. Não pode se aquietar”, disse.
“Aliás, se me permitem, vejam o nosso exemplo, nós não nos aquietamos. Porque nós pensamos, enquanto as pessoas vão protestando, a caravana vai passando, porque o nosso objetivo é governar, só isso, pensar no Brasil, e é esse o legado que nós queremos deixar”, prosseguiu Temer.
Ele ressaltou que o País não pode ficar paralisado e que não é hora de se envolver em questões da alçada de outros Poderes, em uma referência às investigações contra o governo analisadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). “Se nos envolvermos em outras questões, nós vamos nos embaralhar, nos embaraçar. Certas questões não são da nossa alçada e nós temos de pensar na nossa”, disse.
Em menos de 24 horas, o presidente foi citado em investigação da Polícia Federal e se tornou alvo de inquérito aberto pelo STF. Há ainda a expectativa de apresentação de uma denúncia por obstrução da Justiça e formação de quadrilha pela PGR (Procuradoria-Geral da República). (Folhapress)