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Por Redação O Sul | 1 de julho de 2017
O presidente Michel Temer embarcou, na manhã deste sábado (01), para São Paulo para se encontrar com o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que comanda a sua defesa, segundo a assessoria da Presidência da República. Não há compromissos oficiais na capital paulista.
Temer foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo crime de corrupção passiva, com base nas delações de executivos da JBS. Além da condenação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a perda do mandato de Temer, “principalmente por ter agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade”.
A denúncia está na Câmara dos Deputados, que autorizará ou não o STF (Supremo Tribunal Federal) a analisá-la. Para seguir ao Supremo, a peça do Ministério Público Federal precisa do apoio de pelo menos 342 deputados.
Antes de ser votada pelo plenário, porém, a denúncia será discutida na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Independentemente do resultado na CCJ, a denúncia seguirá para o plenário da Câmara. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu que a análise da denúncia ocorra “o mais rápido possível”, mas sem “atropelos”.
Temer foi notificado na quinta-feira e tem prazo de dez sessões do plenário da Câmara para entregar a defesa. O chefe do Executivo tem pressa na entrega da defesa para que o processo seja votado o quanto antes. Na terça-feira, um dia após ser denunciado, o presidente fez um pronunciamento no qual se disse “vítima de infâmia de natureza política”, cobrou provas “robustas” e declarou que a denúncia é uma “peça de ficção”. Em resposta, o procurador-geral da República afirmou que há “fartos elementos de prova” contra o presidente da República.
Pontos positivos
Depois de uma semana que prometia ser das piores para o governo com a primeira denúncia contra Temer, o Palácio do Planalto considera que terminou o mês de junho com pontos positivos, como a aprovação da reforma trabalhista na CCJ do Senado; o encaminhamento imediato da denúncia para a Câmara, sem uma defesa preliminar como queria Janot; além da indicação da primeira mulher para a PGR, Raquel Dodge, e das decisões favoráveis do Supremo ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Para o Planalto, Aécio pode ajudar o governo a mobilizar parte do PSDB.
Na sexta-feira, depois de se reunir com Temer no Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, o tucano Antonio Imbassahy, e o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) seguiram para a casa de Aécio. O encontro, de acordo com assessoria de Imbassahy, foi de “cortesia”.