Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 16 de março de 2017
Sônia de Fátima Moura, de 51 anos, mãe de Eliza Samudio, está perplexa com a saída do goleiro Bruno da prisão após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), sob a alegação de que não havia “justa causa” para que ele permanecesse preso até o julgamento de seu recurso em segunda instância. Ela teme pela segurança da família, principalmente por causa do neto, o Bruninho. O menino, de 7 anos, não sabe que o pai matou a mãe e está sem ver TV.
“Lá atrás, a minha filha com uma criança no colo, não tinha nem quatro meses, foi pega, morta, teve o corpo sumido, esquartejado e dado aos cães e acontece o que acontece… ele andando livre, leve e solto, dando risada da cara da sociedade, da cara da Justiça, com a maior cara de cínico e ainda tirando sarro. Claro que tenho medo. Ele dá entrevista com a maior cara lavada, sem o menor respeito pela vida humana. Ele é sarcástico”, disse Sônia. “Eu temo que ele mande os comparsas dele me procurar. Mas não para um diálogo. Procurar para acabar o serviço que lá atrás ele não terminou”, completou.
O processo está emperrado no TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), que deveria, em tese, ter sido mais rápido ao apreciar a apelação de defesa do goleiro, condenado por um júri popular em 2013 a mais de 22 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e cárcere privado no caso Eliza Samudio. Sônia, que vive de vender salgados, critica o clube que empregou o goleiro e as pessoas que vão aos treinos para fazer selfie com ele. “Os valores destas pessoas são invertidos. Só pode ser isso. Não é possível, tem limite.”