Armando Burd Tendência se consolida
Por Redação O Sul | 19 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A impressão colhida ontem entre jornalistas que fazem a cobertura no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional é de que o PT disputará a Presidência da República, em 2018, estando na oposição. Não só por força do que pode ser decidido na comissão do impeachment, mas por vontade de parcela considerável do partido, a quem a condução do governo desagrada. Acreditam que a candidatura de Lula teria mais chances de decolar.
DEVERIA SER MAIOR
Com o slogan “não vai ter golpe, vai ter luta,” o PT foi às ruas em várias capitais. O número de participantes não correspondeu à grandeza do partido. Ao discursar em São Paulo, Lula preferiu o tom de paz e amor, contrariando o que disse logo após ter dado depoimento à Polícia Federal há duas semanas. Os próximos dias revelarão quais das duas posições é a verdadeira.
O QUE VIRÁ?
Para quem pergunta sobre o futuro da crise, Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda, tem uma resposta bem humorada: “No Brasil, até o passado é imprevisível”.
PASSAPORTE DE SAÍDA
O presidente da Comissão de Ética do Diretório Nacional do PMDB, Eduardo Krause, recebeu ontem 11 representações pedindo a expulsão do deputado federal Mauro Lopes, de Minas Gerais por ter contrariado decisão da convenção e aceitado o Ministério da Aviação Civil. Uma delas é assinada pelo deputado Ibsen Pinheiro, presidente do diretório gaúcho.
VAI LOTAR
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, convocou a população para acompanhar em Brasília as sessões que em que a comissão processante votará o pedido de impeachment, de 11 a 15 de abril. Nem precisava.
LINHA BRANDA
Surpreende que a presidente Dilma tenha vetado artigos da lei aprovada pelo Congresso. Dois deles: enquadra como crime de terrorismo incendiar, depredar ou saquear meios de transporte, além de sabotar ou danificar sistemas de informática ou banco de dados.
MÃOS AO ALTO
Proprietários de restaurantes da Cidade Baixa admitem que têm novo sócio: os assaltantes que, com toda a tranquilidade, limpam os caixas à noite, uma vez por semana. O sócio mais antigo é o governo a quem pagam impostos.
NÃO ENTENDEU
Em uma mesa do café da Assembleia, ontem, foi lembrado um episódio. José Fortunati era presidente do Sindicato dos Bancários e apoiava os sem moradia. Certa vez, um brigadiano, de tanto vê-lo nas manifestações, perguntou: “Magrão, não arrumaste ainda um apartamento pra ti?”.
ARMADILHA
A 19 de março de 2006, a candidatura de Germano Rigotto à Presidência da República sofreu um golpe. A consulta entre filiados do PMDB em todo o País mostrou que o governador gaúcho obteve 7 mil e 574 votos e Anthony Garotinho apenas 4 mil e 910. Houve, porém, virada de mesa com o uso de pesos diferentes para os estados e Garotinho foi proclamado vencedor. Chamaram o casuísmo de média ponderada…
RÁPIDAS
* A única certeza no País: o PMDB deixará o governo federal no dia 29 deste mês, ainda que alguns dos sete ministros indicados pelo partido venham a chorar.
* Em janeiro, os analistas previam que a dívida encerraria 2016 em 73,9 por cento do Produto Interno Bruto. Agora, sobe para 74,1.
* A coleta de assinaturas não pára: vai ressurgir o Partido Democrata Cristão, que chegou a ser o quinto maior do País antes do regime militar.
* Deu no jornal: “Situação política deteriora projeções fiscais para 2017.” É a senha para o salve-se quem puder.
* Escândalos: um dia sim, o outro também.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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