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Rio Grande do Sul Testemunhas mentiram sobre as crianças esquartejadas

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Na capa que teria sido utilizada no ritual, só havia sangue animal. Em uma máscara, também apresentada como prova, nada foi constatado. (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Reviravolta no suposto caso de ritual satânico. Em coletiva realizada nessa quarta-feira, o delegado Rogério Baggio, que preside o inquérito que apura a morte de duas crianças encontradas esquartejadas em Novo Hamburgo, em setembro de 2017, afirmou que “o que tínhamos era uma mentira, uma farsa”. Segundo a Polícia Civil, as testemunhas mentiram e as investigações voltaram à “estaca zero”.

Conforme o delegado, uma pessoa coagiu as testemunhas a mentirem, oferecendo moradia, alimentação e um valor mensal do Programa Protege, que dá assistência a testemunhas ameaçadas. Essa pessoa foi presa. “Normalmente em casos de prisão preventiva divulgamos o nome, mas a divulgação do nome dessa pessoa prejudica a investigação, porque temos mais suspeitos”, salientou.

O preso teria orientado o próprio filho a mentir em depoimento. As outras testemunhas também seriam próximas dessa pessoa, segundo o delegado. O filho foi alvo de condução coercitiva, mas já foi liberado.

Os sete suspeitos de envolvimento no caso que tiveram prisões solicitadas pelo delegado Moacir Fermino. Porém, após essa reviravolta no caso, a Justiça determinou a liberdade provisória aos cinco homens que estavam presos e aos outros dois foragidos.

Investigação de homicídio

“Temos um homicídio. Mas a investigação voltou ao zero. O que gerou as prisões vai fazer parte de outro inquérito. O que eu digo é que não descarto ritual satânico, é que, como voltei ao zero, não faço a menor ideia do que aconteceu”, disse Baggio. “Pode ser ritual satânico, pode ser tráfico de drogas. O fato é que essas pessoas [os cinco presos e dois foragidos] são inocentes”, complementa.

O delegado salientou ainda que a suspeita de que as crianças sejam argentinas não se confirmou. Essa hipótese se devia ao fato de que um dos homens presos é argentino, e teria trazido as crianças de uma cidade do país vizinho, em troca de um caminhão. Causa estranhamento, porém, que ninguém tenha procurado pelas crianças no Brasil. “Elas podem ser daqui, mas sem terem sido registradas”, afirma.

As provas periciais colhidas pela investigação se provaram insuficientes. “Foi mandado muito material para perícia, telefone, computadores, vestes, facas, um universo de objetos. Tudo está voltando negativo”, relata.

Conforme a polícia, o sangue encontrado no templo era de animais. Na capa que teria sido utilizada no ritual, só havia sangue animal. Em uma máscara, também apresentada como prova, nada foi constatado.

Delegado será investigado

O delegado Moacir Fermino, que assumiu a investigação durante as férias de Baggio, terá a conduta investigada pela Corregedoria da Polícia Civil, e o caso como um todo, conforme declarou o titular. Sem comentar em detalhes, “por questão de ética”, Baggio reconheceu que foram cometidos erros, que levaram pessoas inocentes a terem “a vida devastada e serem publicamente condenados”.

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