Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2017
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em sua conta no Twitter que “apenas uma coisa funcionará” ao lidar com a Coreia do Norte e diminuir as tensões com o país depois que administrações anteriores não tiveram avanços com Pyongyang.
“Os presidentes e suas administrações têm conversado com a Coreia do Norte há 25 anos, acordos feitos e grandes quantias de dinheiro pagos”, disse Trump no Twitter. “…Não funcionou, acordos violados antes que a tinta estivesse seca, fazendo os negociadores dos EUA de bobos. Desculpe, mas apenas uma coisa funcionará!”
Presidents and their administrations have been talking to North Korea for 25 years, agreements made and massive amounts of money paid……
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 7, 2017
…hasn't worked, agreements violated before the ink was dry, makings fools of U.S. negotiators. Sorry, but only one thing will work!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 7, 2017
Trump não deixou claro sobre o que ele estava se referindo. O presidente já disse anteriormente que os Estados Unidos destruirão a Coreia do Norte, se necessário, para proteger a si próprios e seus aliados.
Brigas em casa
Não é apenas fora dos Estados Unidos que Trump cultiva inimizades em ataques nas redes sociais. Donald Trump começou este domingo disparando contra um ex-aliado, o senador republicano Bob Corker. Pelo Twitter, o presidente americano culpou o congressista pelo acordo nuclear com o Irã e afirmou que Corker havia “implorado” por apoio presidencial à candidatura para um novo mandato. Também pela rede social, o senador respondeu: “É uma vergonha que a Casa Branca tenha se tornado uma creche para adultos. Obviamente alguém perdeu a mudança de turno nesta manhã”.
O senador pelo Tennessee foi considerado por Trump para o cargo de secretário de Estado nos meses seguintes à vitória eleitoral de novembro, mas a relação entre os dois azedou nas últimas semanas, após Corker, presidente do comitê de relações exteriores do senado, criticar Trump por suas posições sobre a marcha supremacista branca em Charlottesville, na Virgínia, em agosto.
No mês passado, Corker anunciou que este será seu último mandato e que não tem pretensão de disputar uma nova eleição.
“O senador Bob Corker me ‘implorou’ por apoio para a reeleição no Tennessee. Eu disse “NÃO” e ele desistiu (disse que não poderia vencer sem meu apoio)”, escreveu Trump. “Ele também queria ser Secretário de Estado, eu disse “NÃO, OBRIGADO”. Ele é grandemente responsável pelo horrendo acordo com o Irã”.
Senator Bob Corker "begged" me to endorse him for re-election in Tennessee. I said "NO" and he dropped out (said he could not win without…
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 8, 2017
https://twitter.com/realDonaldTrump/status/917029060471152640
Segundo a emissora americana CNN, duas fontes desmentiram o presidente. Segundo elas, no dia em que Corker anunciou sua intenção de se aposentar, Trump o procurou dizendo que iria apoiá-lo numa eventual candidatura à reeleição.
“O presidente ligou para o senados na semana passada e pediu que ele reconsiderasse a decisão de não tentar a reeleição e reafirmou que ele teria dado apoio, como disse muitas vezes”, disse uma das fontes.
Logo após os episódios de violência entre supremacistas e grupos antifascistas em Charlottesville, Corker afirmou que o “presidente ainda não foi capaz de demonstrar estabilidade, bem alguma das competências que ele precisa para ser bem-sucedido”. Na semana passada, após ser questionado sobre a tensão entre Trump e o secretário de Estado, Rex Tillerson, Cocker voltou a disparar contra o presidente:
“Eu penso que o secretário Tillerson, o secretário (da Defesa, James) Mattis e o chefe de Gabinete (John) Kelly são as pessoas que ajudam a separar nosso país do caos”, disse Corker à imprensa, comentando que Tillerson estava num “lugar incrivelmente frustrante” onde acaba dicando “sem ser apoiado da forma que eu espero que o secretário de estado deveria”.
O debate público entre duas personalidades republicanas ilustra as diferenças entre a posição de algumas lideranças do partido e a do presidente, e coloca em risco as pretensões do governo no legislativo. O voto de Corker é considerado fundamental para o avanço da reforma fiscal e o senador continua sendo uma voz influente no setor de relações exteriores, incluindo as discussões sobre o acordo nuclear com o Irã.