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| Tubarão de 400 anos e baleia de 200 vivem nos mares frios da Groenlândia

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Tubarão de 400 anos: frio e metabolismo lento são chave para longevidade animal. (Foto: Reprodução)

Na Groenlândia, os tubarões são tão velhos que foi preciso usar uma técnica normalmente adotada pelos arqueólogos para saber quantos anos eles tinham. Resultado: são bichos que só se tornam adultos com um século e meio de vida – e que podem chegar aos 400 anos. Com isso, a espécie Somniosus microcephalus, ou tubarão-da-groenlândia, assumiu o título de vertebrado mais longevo do planeta.

Provavelmente não é coincidência o fato de que a “medalha de prata” dessa categoria pertença a outro habitante dos mares do Ártico, a baleia-da-groenlândia (Balaena mysticetus), com espécimes que já alcançaram 211 anos – ou que o animal de idade mais avançada do mundo seja um molusco da Islândia com mais de meio milênio de vida, pescado em 2006.

“No caso do tubarão, os fatores mais importantes para essa longevidade provavelmente são o tamanho avantajado, o crescimento muito lento e o metabolismo igualmente lento”, explica Julius Nielsen, estudante de doutorado da Seção de Biologia da Universidade de Copenhague (Dinamarca) que coordenou a pesquisa sobre a idade do peixe.

Nielsen explica que a vida nas águas geladas em torno do polo Norte – mesmo habitat dos outros campeões de velhice do reino animal – provavelmente contribui para o metabolismo demorado do tubarão-da-groenlândia. No frio, a tendência é que todos os sistemas do organismo funcionem em marcha mais lenta, minimizando os danos que as células sofrem naturalmente com o passar do tempo. Uma das consequências dessa lerdeza metabólica é o crescimento do animal, que se dá a uma taxa média de uns poucos centímetros por ano. Medindo mais de 5 metros de comprimento na maturidade (ou seja, um par de séculos após seu nascimento), o Somniosus microcephalus é um predador do topo da cadeia alimentar e frequenta águas profundas (até 1,8 mil metros abaixo da superfície).

Baleia-da-groenlândia (Balaena mysticetus), com espécimes que já alcançaram 211 anos. (Foto: Reprodução)

Baleia-da-groenlândia (Balaena mysticetus), com espécimes que já alcançaram 211 anos. (Foto: Reprodução)

Esqueleto cartilaginoso.
Não foi fácil obter uma estimativa da idade dos tubarões-da-groenlândia porque os bichos são literalmente moles demais – seu esqueleto cartilaginoso não possui os otólitos, estruturas mineralizadas do ouvido interno dos peixes ósseos que formam camadas anuais, as quais ajudam os especialistas a saber quantos anos tem. O jeito foi apelar para os olhos dos tubarões. Para ser mais exato, a chave foram os núcleos do cristalino do olho, que se formam quando o peixão ainda está na barriga da mãe e permanecem estáveis durante toda a vida do animal.

As moléculas dessa estrutura, como todas as outras moléculas dos seres vivos, possuem uma pequena proporção do elemento químico radioativo carbono-14. Conforme o tempo vai passando, o carbono-14, que é instável, transforma-se em outros elementos. Fazendo as contas sobre o sumiço do carbono-14, é possível saber com razoável grau de precisão quando aquela matéria orgânica foi formada.

Foi dessa maneira que os pesquisadores conseguiram estimar as idades de quase 30 tubarões, quase todos capturados de forma acidental por navios de pesca. Os resultados são importantes para a conservação dos tubarões e de outras espécies de mares frios e profundos. Conforme a pesca comercial fica cada vez mais prejudicada pelo colapso de populações (por conta de métodos pouco sustentáveis, é claro), a tentação de pescar esses peixes aumenta. (Folhapress)

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https://www.osul.com.br/tubarao-de-400-anos-e-baleia-de-200-vivem-nos-mares-frios-da-groenlandia/ Tubarão de 400 anos e baleia de 200 vivem nos mares frios da Groenlândia 2016-08-22
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