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Colunistas Turismo sem propaganda não existe

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Brasil é rico em destinos turísticos. (Foto: Banco de Dados)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

* João Firme, publicitário e jornalista

Em 1966, num Congresso Mundial de Propaganda para Desenvolver o Turismo, que assisti em Buenos Aires, um conferencista da Suíça declarou que o Brasil era o sexto país na América Latina a investir na propaganda para “desarrollo” do turismo. Fiquei perplexo e me parecia índio no evento. Ele acrescentou que Argentina, México, Chile, Colômbia e Equador estavam na nossa frente e que não compreendia porque nosso país, que tem a Amazônia como pulmão do mundo, não investia na propaganda de suas belezas naturais, que estão diminuindo na Europa onde a água um dia virará disputa com guerras.

Disse também que as empresas que aplicam nos bancos a longo prazo, no overnight ou poupança, deveriam investir em agências operadoras ou de eventos, comprando antecipadamente passagens aéreas e apartamentos em hotéis e, com isso, teriam preços menores que os tabelados, transferindo parte para os turistas e homens de negócios, usando a propaganda para o retorno imediato.

De volta a Porto Alegre, historiei para meu cliente na Minuano Publicidade, Danilo Zaffari, diretor-geral da Unesul Transportes, empresário inteligente de gestão (ele entrevistava todos os motoristas de seus ônibus antes de empregá-los). Uma semana após, me convidou para constituir a Unesul Turismo, onde eu seria majoritário no capital, com poderes para contrair empréstimos na própria Unesul, sem juros.

Fechei a pequena agência que vinha com problemas pelo déficit da EFAP-Exposição dos Financiados da Aliança para o Progresso em 65, Porto Alegre, aceitando o desafio. Implantei o turismo empresa, saindo às compras de passagens e hospedagens com descontos que iam até 50%. Destinei 20% do faturamento para a propaganda e vendia por menores preços dos tabelados para grandes empresas. Até voos fretados da Varig e Aerolineas para a Disney, desde Buenos Aires, agendei após a veiculação de anúncios. O lucro era fantástico do capital que estava parado.

Mas minha vida estava mudando porque vivia viajando e me afastei dos estudos e da minha mulher que me aguenta há 52 anos. Numa boa, expliquei ao meu sócio Danilo que tinha que voltar para a propaganda e constituiria a Arauto, que me permitia realizar meus sonhos de dois diplomas, Relações Públicas e Direito, embora ganhando menos do que estava. Ele, enfermo de um acidente no Rally, que lhe decepou a perna, compreendeu minha decisão, mas me pediu que eu indicasse um profissional para me substituir e consegui um desempregado que se tornou milionário.

Hoje, nos 50 anos da Unesul Turismo recordo com saudades Danilo Zaffari, empresário ético que acreditava na propaganda, no RS e no Brasil. Recordo que para contrapor à propaganda, muitos hotéis paradisíacos, termas e prefeituras apostaram na publicidade, corrompendo colegas que lhes faziam reportagens e releases.

Investido na presidência do Sindicato das Agências de Propaganda do RS, botei a boca no mundo e as entidades de veículos nos apoiaram, renovando seus quadros de profissionais e as agências também perderam o direito dos releases, quando o cliente não viesse acompanhado da propaganda incluída na negociação prévia.

Idealizei o FIPTUR-Festival Internacional de Publicidade do Turismo e Ecologia em 1987, pela Arauto, para a EPATUR-Empresa Portoalegrense de Turismo. Premiamos peças publicitárias publicadas sobre turismo de qualquer espécie e, com alegria, fui convidado pela MacCan Erickson para entregar os troféus Paixão Cortes e Galo de Gramado ao melhor anúncio de jornal sobre Turismo Ecológico, para o presidente da Republica da Cosa Rica, Oscar Arias, Prêmio Nobel da Paz, numa solenidade inesquecível no Palácio do Governo, em São José. Pela ideia do FIPTUR, fui jurado e conferencista duas vezes no FITUR-Festival Internacional de Turismo em Madri, o maior do mundo.

E os jornalistas passaram a ser redatores de anúncios promovendo o turismo, aumentando com isso o bolo publicitário, o número de empregos, impostos sociais e o fortalecimento dos veículos de comunicação e das agências de propaganda.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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