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Mundo Turistas norte-americanos desaparecem de Cuba após Donald Trump proibir cruzeiros dos Estados Unidos naquele país

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Doze das 17 linhas de cruzeiro que operavam em Cuba faziam escala em Havana. (Foto: Reprodução de internet)

No cais de San Francisco, ponto de ancoragem dos cruzeiros que chegam a Havana desde que o governo Obama permitiu esse tipo de viagem, a paisagem no sábado (15) era desoladora. Pouco ou pouquíssimo movimento de turistas na praça e nas ruas ao redor, assim como no vizinho Armazém de San José, um espaço onde todos os dias cerca de mil artesãos se reúnem para vender lembranças de viagem.

“Desde 5 de junho, quando o último navio partiu para não voltar, só vão comprar presentes nesses antigos armazéns de açúcar meia dúzia de gatos pingados e olhe lá”, falou uma vendedora. “A verdade é que o loiro malvado acabou conosco”, disse, em referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Uma semana atrás eu tirava US$ 100 (R$ 388) por dia, agora se eu fizer US$ 20 (R$ 77) é muito”.

Para a frágil economia cubana, a recente decisão de Trump de proibir que empresas americanas de cruzeiros – que ano passado transportaram 18% dos turistas que chegaram na ilha – atraquem em portos cubanos e de eliminar a famosa modalidade de turismo cultural em grupo, usada por mais da metade dos 640 mil americanos que visitaram o país em 2018, é um golpe ainda difícil de medir, mas duro. De acordo com as empresas de cruzeiros, a proibição afetará cerca de 800 mil reservas no primeiro ano, o que compromete a meta que Cuba tinha definido de chegar a cinco milhões de turistas recebidos em 2019.

Doze das 17 linhas de cruzeiro que operavam em Cuba faziam escala em Havana. E no centro histórico, onde o setor privado é forte, neste sábado parecia que uma bomba havia caído. Dos cem paladares (restaurantes privados) e mais de 300 cafés que operam, a maioria trabalhava em marcha lentíssima.

Os passageiros de cruzeiros desembarcavam em frente à Loja de Comercio, o edifício do antigo mercado, e desciam pela rua Obispo até o Floridita, verdadeiro termômetro do turismo na capital: não tomar um daiquiri no bar onde Hemingway costumava beber e que o tornou famoso é como não ter visitado Havana. Antes o Floridita andava lotado, mas hoje há muitos lugares e mesas vagos.

Garçons calculam que a perda é de 50% ou mais. A poucos metros de distância, no Parque Central, uma longa fileira de carros americanos conversíveis dos anos 1950 espera os clientes, mas sem muita esperança.

“Em uma semana perdemos mais de 80% do negócio”, disse Luis Manuel Pérez, motorista de um Chevrolet 1954 Bell Air vermelho-sangue, um dos mais de 400 carros clássicos que se dedicam a levar turistas para passear pela cidade ao preço de US$ 30 a hora (R$ 116), incluindo a conversa. “Eu estou aqui desde as sete da manhã e certamente de novo irei embora sem nada”.

Luis afirma que quem mais é afetado pela medida de Trump é o setor privado – que emprega cerca de 600 mil pessoas – e não o governo. O argumento de Washington para proibir navios de cruzeiro e as viagens em grupo é a necessidade de acabar com os benefícios econômicos que os visitantes dos Estados Unidos conferiam ao governo, para que este não o repasse apoiando Nicolás Maduro na Venezuela.

“É mentira. As medidas na verdade esmagam a nós, os trabalhadores por conta própria”, disse Luis, em referência ao setor privado. Sua queixa é confirmada por várias carruagens de cavalos ociosas ao seu lado. Em Havana Velha, há centenas delas, outra categoria muito prejudicada pelas medidas de Trump.

Sua análise empírica é confirmada pelos dados. No ano passado, 4,7 milhões de turistas chegaram à ilha, dos quais 800 mil vieram em cruzeiros. Mas estes deixam ao governo apenas € 30 milhões por ano (mais de R$ 131 milhões) – por prestar serviços aos barcos, pelas taxas portuárias e por passeios turísticos contratados com agências estatais.

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