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Por Redação O Sul | 29 de julho de 2019
Um ano após a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) anunciar medidas para reduzir o custo do cheque especial para o brasileiro, a taxa de juros desta modalidade segue em alta. Dados divulgados pelo BC (Banco Central) mostram que, em junho, o juro médio do cheque especial foi de 322,2% ao ano. Em junho de 2018, antes das medidas serem implementadas, a taxa estava em 304,9%.
Desde julho do ano passado, os bancos estão oferecendo um parcelamento para quem tem dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200, desde que o cliente tenha utilizado mais de 15% do limite do cheque especial durante 30 dias seguidos.
Na época, a Febraban defendeu essa migração para linhas mais baratas como uma forma de acelerar a tendência de queda do juro cobrado no cheque especial – o que não se concretizou. Ao contrário, houve uma alta de 17,3 pontos porcentuais do juro médio do cheque no período de um ano.
Na prática, uma dívida de R$ 5 mil no cheque especial transforma-se, em um mês, em um compromisso de R$ 5.640, considerando o juro médio de 322,2% ao ano. Esta é a linha de crédito mais cara do mercado. O custo do cheque especial equivale a 14 vezes o juro do crédito consignado – uma das modalidades mais baratas do mercado. Em junho, o juro médio do consignado foi de 22,8% ao ano. Para os servidores públicos, esta taxa é ainda menor, de 20,8% ao ano.
“O crédito consignado se destina a financiar a expansão de consumo das famílias, enquanto o cheque especial se propõe a financiar alguma emergência”, comentou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha. “O cheque especial é uma modalidade a ser evitada. Os custos são muito elevados.”
A Febraban reconheceu que, no período, a taxa do cheque especial apresentou elevação. Em um levantamento feito com 12 bancos, “que representam cerca de 90% do mercado brasileiro do produto”, a Febraban informou que os juros do cheque especial “subiram de 12,2% ao mês para 12,46% ao mês” (298,03% ao ano para 309,24% ao ano).
Cartão
Entre as modalidades mais caras, destaque também para o rotativo do cartão de crédito. No caso do rotativo regular – que considera operações em que houve o pagamento mínimo da fatura do cartão –, o juro médio atingiu 277,2% ao ano em junho, conforme os números do BC.
Um ano antes, em junho de 2018, a taxa estava em 261,1% ao ano. Apesar dos custos, o BC mostrou que, entre maio e junho, houve alta de 0,4% no saldo das operações de crédito no Brasil, para R$ 3,296 trilhões.