Mundo Um cometa passará próximo da Terra neste domingo
Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2018
O cometa 46P/Wirtanen atingiu o ponto mais próximo da órbita do Sol e passará perto da Terra neste domingo (16), poucas horas após o entardecer. Ele, aliás, tem até um nome simpático: “o cometa de Natal”, já que aparece para anunciar a celebração natalina. Um cometa não é um meteoro, já que o primeiro é uma bola de gases congelados e o segundo é um asteroide pequeno, ou seja, uma pedra espacial de menores proporções.
A aproximação com o planeta será de 11,5 milhões de quilômetros, o equivalente a cerca de 30 vezes a distância Terra-Lua. Ainda que pareça bastante longe do ponto de vista terráqueo, quando são consideradas as distâncias no espaço, vai passar bem perto. Astrônomos da University of Maryland, nos Estados Unidos, fizeram os cálculos e consideram que esta é a décima maior aproximação de um cometa com a Terra nos tempos modernos.
Se você ficou preocupado, pode relaxar. O professor Eduardo Arnauld Cypriano, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo), explicou à Rádio USP que o corpo celeste não afetará o planeta. O cometa leva o nome do seu descobridor, o astrônomo norte-americano Carl Wirtanen, e, segundo detalha Cypriano, tem período orbital curto, de 5,4 anos.
Para quem quiser tentar observar a passagem do cometa, o professor dá a dica: “Ele estará visível perto da Constelação de Touro”.
Excelentes condições de visualização
Segundo observadores da Cometa Wirtanen da Universidade de Maryland, ao menos nos Estados Unidos, as condições de observação serão excelentes.
A universidade, que tem uma página na internet dedicada a seguir o 46P, afirma que a expectativa é que o cometa fique visível “a maior parte da noite” nos Hemisférios Norte e Sul, quando ele estiver passando mais perto da Terra.
Segundo os estudiosos da universidade, a aparição de 2018 será histórica por um motivo: será o décimo cometa a passar mais perto da Terra em
tempos modernos.
Verde e hiperativo
O “cometa do Natal” é verde. A cor é recorrente em cometas, como Lovejoy e Machhol, e se deve a sua coma – a nuvem brilhante de gás e poeira que o envolve. Ela tem cianogênio e carbono diatômico, que brilham na cor verde quando são ionizadas pela luz do sol.
O “cometa de Natal” também é “hiperativo”. Especialistas afirma que esses parecem “emitir mais água do que deveriam devido ao tamanho do seu núcleo”, explica a Universidade de Maryland.
O efeito ocorre devido ao fato de que o núcleo 46P contém uma grande quantidade de gelo volátil, que aquece e alimenta o coma, enquanto o cometa viaja a uma velocidade de 34.200 quilômetros por hora.
A aparição do 46P deveria ser a mais memorável desde que o ele foi descoberto, há 70 anos, por Carl Wirtanen no Observatório Lick de Mount Hamilton, na Califórnia, em 17 de janeiro de 1948.
