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Brasil Um dos estudantes brancos que se autodeclararam negros para ingressar no curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais disse que vai cancelar a sua matrícula e estudar para passar no vestibular sem a ajuda do sistema de cotas

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Estudante de 23 anos afirmou que vai torcer para que a vaga fique com um candidato negro. (Foto: Reprodução)

Um dos estudantes brancos que se autodeclararam negros para ingressar no curso de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Vinicius Loures, 23 anos, afirmou que vai encerrar sua matrícula e estudar para passar no vestibular sem a ajuda das cotas. Na semana passada, reportagens da imprensa do Centro do País revelaram que dezenas de pessoas ingressaram de forma fraudulenta no curso, considerado um dos melhores do País.

Quando o candidato se autodeclara negro, pardo ou índio no sistema da UFMG, concorre a uma vaga dentro do subgrupo que se colocou (são quatro variações na universidade, todas com exigência de ter estudado em escola pública). As notas de corte para cotistas chegam a ter 28 pontos a menos no Enem do que na ampla concorrência.

O caso apontado como o mais significativo foi o de Loures – que tem pele, olhos e cabelos muito claros. Em entrevista a um jornal da capital mineira, o jovem reconheceu o erro. “Eu vou me ‘desmatricular’ o quanto antes, estudar e tentar passar de novo, sem fraudar o sistema, que é legítimo”, declarou. “Apesar de ter feito isso, eu não concordo com fraudes nas cotas, que acho importantes.”.

Loures disse, ainda, que vai torcer para que a sua vaga seja destinada a uma pessoa negra e para que as denúncias sejam um marco na história da universidade de Minas Gerais: “Tomara que mude o sistema, não seja só autodeclaração, que vai para o lado ético”.

Providências

A UFMG informou que vai aperfeiçoar o sistema de cotas e investiga denúncias oficializadas para que estudantes como Loures tenham suas matrículas encerradas. Em nota em tom duro, o diretório acadêmico da universidade destaca que as fraudes vem ocorrendo no sistema e rechaça a possibilidade de mudanças nas políticas afirmativas. “Em hipótese alguma deve ser confundido com a abolição das Políticas Afirmativas, que são de fundamental e incontestável importância para a construção de uma sociedade equânime”.

A repercussão da denúncia de fraude obrigou o MPF (Ministério Público Federal) a abrir mais um inquérito para apurar o ingresso por meio de cotas na Universidade. Desde o início do ano letivo, entidades ligadas aos direitos dos negros têm denunciado irregularidades no sistema.

A pesquisadora do programa de ações afirmativas da UFMG e professora da rede municipal de Belo Horizonte, Aline Alves, defende que a entrada de cotistas deve ser aprimorada e outras experiências e pesquisas precisam ser compartilhadas. Uma tentativa de reduzir as fraudes, segundo a reitoria da universidade é a edição de uma portaria dos Ministérios da Educação e dos Direitos Humanos, que deve criar comissões de verificação de acesso às instituições federais.

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