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Ciência Um estudo da Nasa com gêmeos mostra como o espaço afeta o corpo humano

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Os gêmeos Mark e Scott Kelly. O segundo passou um ano na estação espacial. O primeiro ficou. (Foto: Divulgação/Nasa)

Parece aquela clássica narrativa do paradoxo dos gêmeos: um deles parte numa longa viagem pelo espaço enquanto o outro o espera na Terra. Um ano depois, quais as diferenças entre os dois? Em essência, mas sem envolver efeitos da teoria da relatividade, esse foi o experimento realizado pela Nasa ao deixar seu irmão Scott Kelly um ano inteiro na Estação Espacial Internacional (ISS).

Enquanto isso, o gêmeo Mark Kelly, também astronauta da agência espacial americana, ficou em solo, oferecendo uma ótima oportunidade para comparar os efeitos fisiológicos de se estar no espaço versus na Terra, com duas pessoas cujo DNA é idêntico.

E a principal descoberta é: não houve diferenças significativas de saúde entre Scott e Mark. Claro, esse “significativas” esconde uma porção de efeitos menores que foram descritos de forma pormenorizada em um artigo publicado na edição desta semana da revista Science.

Liderado por Francine Garrett-Bakelman, da Escola de Medicina da Universidade da Virgínia, nos EUA, o trabalho detalha todos os procedimentos realizados nesse estudo, que envolveu a estadia de Scott a bordo da ISS entre março de 2015 e março de 2016.

O estudo encontrou várias alterações específicas ligadas ao voo espacial (cujo principal malefício é a sensação de ausência de peso), como redução da massa corpórea, distensão da artéria carótida e alteração da estrutura ocular. De forma pouco inesperada, os cientistas também notaram mudanças na colônia de bactérias que Scott levou ao espaço – sua microbiota intestinal. Mas tudo voltou ao normal quando ele retornou.

O mais intrigante resultado talvez tenha sido no campo das mudanças de natureza biomolecular, como por exemplo uma diferença no processo de metilação do DNA em Scott. Esse processo tem a ver com o sistema que regula a ativação e desativação de genes no organismo.

Os pesquisadores apontam que essa discrepância parece diminuído seis meses depois que Scott voltou à Terra, e seus níveis globais de expressão gênica, de forma geral, voltaram ao normal. Mas em alguns genes, aparentemente ligados ao sistema imunológico, os efeitos persistiram mesmo depois desse tempo.

O mais difícil nos resultados é separar o que é efeito da viagem espacial e o que não é. Essas são pistas importantes para tentar mitigar efeitos de exposição prolongada ao ambiente de microgravidade, conforme a Nasa se prepara para enviar seus astronautas em missões de longa duração à Lua ou a Marte.

Os deitadões

O modo ideal de estudar os efeitos do voo espacial em humanos é enviando-os lá, claro. É o que aconteceu no Estudo dos Gêmeos da Nasa. Mas essa não é a solução mais prática e barata. E quem não tem cão caça com gato. Ou melhor, com cama.

A agência espacial americana é uma das financiadoras de um estudo que está à procura de voluntários. Sua tarefa será ficarem deitados por 60 dias seguidos, sem interrupções. Comer, beber, tomar banho, fazer tudo sem se levantarem.

A cama estará ligeiramente inclinada, com o lado da cabeça 6 graus mais baixo, para simular um dos efeitos que a microgravidade tem no corpo humano – os fluidos se redistribuem e se concentram na parte de cima (repare na cara inchada na foto de astronautas em órbita).

Eles terão também de respirar uma atmosfera com 4% de gás carbônico, para simular o ar de uma espaçonave. O estudo está acontecendo na DLR (agência espacial alemã), e cada voluntário ganhará 16,5 mil euros por sua participação.

Os cientistas querem testar, em dois terços dos participantes, uma centrífuga de braço curto, numa tentativa de combater os efeitos maléficos da microgravidade. Já é a segunda rodada dos estudos, que começaram em 2017, numa temporada de 30 dias e 11 participantes. Desta vez, serão 24.

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https://www.osul.com.br/um-estudo-da-nasa-com-gemeos-mostra-como-o-espaco-afeta-o-corpo-humano/ Um estudo da Nasa com gêmeos mostra como o espaço afeta o corpo humano 2019-04-13
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