Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2019
O senador cassado Luiz Estevão foi colocado em isolamento por três dias no Complexo da Papuda por ter supostamente cometido assédio contra uma agente penitenciária. O ex-político teria proferido gracejos para a servidora.
A Secretaria de Segurança informou, na última segunda-feira (5), que o isolamento disciplinar preventivo de Luiz Estevão foi uma medida administrativa inicial e que o suposto desrespeito à agente está sendo apurado.
“Ao término do procedimento de apuração será avaliado se houve falta disciplinar e, nesse caso, qual será a punição.”
O advogado do ex-senador, Marcelo Bessa, negou que o cliente tenha cometido assédio e afirmou que vai tratar do assunto apenas no âmbito da Justiça.
“Linda”
Atualmente no regime semiaberto, Luiz Estevão teria dito a uma agente da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais que ela é “linda”, além de outros gracejos, ao chegar do trabalho, no posto de fiscalização da Papuda.
Durante o isolamento, o detento muda de cela. Fica sozinho, sem direito a televisão, ventilador e perde o direito de trabalhar fora da cadeia no período.
Saidão
Mesmo com o caso em apuração, Luiz Estevão está na lista de presos que devem se beneficiar no próximo saidão – entre sexta-feira (9) e segunda (12).
Pelas regras, o detento que estiver respondendo por falta grave não pode ser liberado. A Secretaria de Segurança não comentou sobre o assunto.
Condenação
Estevão foi condenado a 26 anos de prisão em 2006 por desvios de recursos públicos nas obras do Fórum Trabalhista de São Paulo. Ele cumpre pena desde 2016 e, no último mês de março, obteve o benefício do regime semiaberto.
Na mesma decisão em que concedeu a progressão de pena, a juíza também autorizou que o ex-senador trabalhe durante o dia e tenha direito a saídas temporárias ao longo do ano — a próxima será entre os dias 9 e 12 de agosto.
As regras impedem o benefício para quem responda a inquérito disciplinar de natureza grave ou tenha cometido infração disciplinar nos últimos três meses.
A SSP-DF não informa se Estêvão deixará a prisão no próximo final de semana — decisão que, explica, cabe à Justiça. “Ao término do procedimento de apuração será avaliado se houve falta disciplinar e, nesse caso, qual será a punição”, diz nota.
Conforme mostrou o blog Radar, da revista Veja, no último mês de julho a Polícia Civil descobriu chocolates e pen-drives na cela do ex-parlamentar.