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Brasil Um executivo da empreiteira Andrade Gutierrez delatou o ex-ministro Delfim Netto na Operação Lava-Jato

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Flávio Barra implicou Delfim em depoimento prestado há quase dois anos. (Foto: Reprodução)

A inclusão do economista e ex-ministro Antônio Delfim Netto, 89 anos, entre os alvos da 49ª fase da Operação Lava-Jato tem entre os seus fatos geradores um depoimento prestado em abril de 2016 por Flávio Barra, um alto executivo da empreiteira Andrade Gutierrez e que firmou acordo de colaboração premiada com o MPF (Ministério Público Federal).

Na ocasião, ele contou aos investigadores da força-tarefa que a construtora havia pago uma propina de R$ 15 milhões a Delfim na fase final das negociações para a construção da usina de Belo Monte, no Pará.

De acordo com o delator, o pagamento teria chegado ao ex-ministro por meio de contratos fictícios com a Andrade Gutierrez por empresas pertencentes a um sobrinho dele, Luiz Apolônio Neto. Flávio Barra, que presidiu a AG Energia (braço da Andrade nesse segmento de mercado), detalhou que os pagamentos foram uma “gratificação” por Delfim ter ajudado a montar consórcios que disputaram a obra.

De acordo com o MPF, até o momento já foram rastreados pagamentos em valores que totalizam quase R$ 4,5 milhões, de um total estimado em R$ 15 milhões. O montante foi destinado pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli, integrantes do consórcio construtor de Belo Monte, em favor de pessoas jurídicas relacionadas a Delfim Netto, por meio dos já citados contratos fictícios.

Os R$ 15 milhões se referem a vantagens indevidas que seriam direcionadas ao PT e ao MDB, em razão de sua atuação na estruturação do Consórcio Norte Energia. As provas indicariam que o ex-ministro recebeu 10% do percentual pago pelas construtoras, enquanto o restante da propina foi dividido entre os dois partidos.

No caso da Odebrecht, o dinheiro foi registrado no sistema de controle do chamado “setor de propinas” da empresa, com o codinome “Professor”. As apurações demonstraram que, de fato, não foi prestado qualquer serviço pelo ex-ministro às empreiteiras que efetuaram os pagamentos.

De acordo com o Ministério Público Federal, o acerto de propina em Belo Monte (PA) foi negociado pelo ex-ministro petista Antonio Palocci, que determinou que o dinheiro fosse distribuído entre Delfim Netto, o partido dos Trabalhadores e o MDB. O juiz federal Sérgio Moro disse que há indícios de que os valores foram repassados aos partidos de forma dissimulada, por meio de doações eleitorais registradas. As investigações sobre os partidos estão em sigilo.

Depoimento anterior

Essa não foi a primeira vez em que o nome de Antônio Delfim Netto (que em maio completará 90 anos de idade) aparece na Lava-Jato. Em depoimento de 2016 à Polícia Federal, ele já havia alegado que esse dinheiro se referia a serviços de consultoria à empresa.

“Ele não falou a verdade. Tentou mascarar os recebimentos de vantagens indevidas em supostos contratos de consultoria, cujos serviços jamais foram prestados conforme declarado até pelos colaboradores”, acusou o procurador Athayde Ribeiro Costa. Ele e seus colegas justificaram não terem pedido a prisão do ex-ministro por considerar que ele não oferece risco às investigações.

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