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Mundo Um homem se passou por sexólogo e enganou a imprensa norte americana

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Damien Sendler, que se passou por médico formado por Harvard: falso especialista em sexo. (Foto: Reprodução)

Damien Jacob Markiewicz Sendler é citado em milhares de páginas no Google. São sobretudo entrevistas para publicações como Forbes, Playboy, Vice, Men’s Health, Women’s Health e HuffPost, entre outras. Nos textos, era apresentado como sexólogo com formação em Harvard e à frente de uma fundação sem fins lucrativos voltada para a pesquisa da sexualidade humana.

Assim ele circulou na imprensa americana, falando qual um PhD sobre temas como mulheres que amam serial killers (na Forbes) ou homens que fazem sexo com cadáveres (na Playboy). Era tudo mentira. Damien Jacob Markiewicz Sendler nunca passou por Harvard, tampouco a fundação que ele dizia liderar existe.

A máscara caiu na semana passada, quando o site Gizmodo revelou que o homem, autoproclamado “o mais jovem membro da Associação Americana de Psiquiatria”, era um farsante. E pior: um farsante que emplacou. Aos 28 anos, ele criou um personagem – o do sexólogo pesquisador de fetiches – que a imprensa comprou.

Segundo o Gizmodo, Sendler não é médico e não há registros de sua graduação em Harvard. Ele, que na verdade tem um diploma em Estudos Independentes na Universidade de Nova York, apenas trabalhou no laboratório liderado por um professor de Harvard. Mas inflou a experiência, bem como fez com outro emprego, também de assistente de um professor na Universidade de Columbia.

Lá, chegou a assinar, com muitos outros autores, uma pesquisa. Em seu site, supervalorizou o fato, dizendo ter concluído “uma rigorosa tese no Instituto de Genética do Câncer da Universidade de Columbia”.

Muitos veículos de imprensa compraram o currículo divulgado por ele. Publicaram estudos de sua autoria (sobre zoofilia e necrofilia, por exemplo) ou o procuraram como consultor em reportagens sobre sexo – em geral, sobre questões pouco ortodoxas, como o “butt-fisting” (o ato de introduzir o punho inteiro no ânus do parceiro).

Uma semana antes de ser desmascarado, ele emplacou várias citações na Forbes, num artigo intitulado: “Por que as mulheres se apaixonam por serial killers?”. O falso especialista defendeu na entrevista à revista: “Muitas mulheres e alguns homens idealizam criminosos e assassinos como o tipo de pessoa que pode lhes dar apoio. É como um fetiche”.

Para além da ousadia de Sendler, a farsa revela, como lembrou o site Slate, quão vulnerável é o sistema de publicação e divulgação de dados científicos pela mídia não especializada.

Uma das formas que o farsante usava para exibir credibilidade era reunir, em seu site, um punhado de artigos revisados por colegas. De fato, segundo o Gizmodo, ele publicou alguns artigos – pela faculdade de Medicina de uma universidade na Polônia. Uma versão antiga do site de Sendler indicava que ele teria se formado lá. A instituição, porém, não comentou o caso.

A fragilidade nas checagens, combinada à predileção do autor por temas bizarros, pode ter alavancado a trajetória inventada por Sendler. Tanto que ele próprio chegou a ser personagem principal de um artigo publicado pela Vice, sob o título: “Conheça o homem estudando por que algumas pessoas sentem atração por animais”.

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https://www.osul.com.br/um-homem-se-passou-por-sexologo-e-enganou-a-imprensa-norte-americana/ Um homem se passou por sexólogo e enganou a imprensa norte americana 2019-03-07
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