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Mundo Um júri nos Estados Unidos disse que a Igreja seguia um manual para ocultar a verdade sobre os abusos sexuais de crianças

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Fiéis participam de missa na Catedral de St. Paul, em Pittsburgh (no Estado da Pensilvânia), uma das dioceses envolvidas no novo escândalo. (Foto: Reprodução)

Evite escândalos. Use eufemismos. Faça perguntas inadequadas. Tranque as reclamações em um “arquivo secreto”. Acima de tudo, não conte à polícia. Essas são algumas das táticas que líderes da Igreja Católica na Pensilvânia usaram para esconder o abuso sexual de crianças cometido por padres em um período de 70 anos, segundo um relatório do júri divulgado na terça-feira (14). As informações são do jornal The New York Times.

“É como um manual de ocultação da verdade”, disse o júri, cuja investigação identificou mais de mil vítimas de abuso sexual em seis dioceses católicas na Pensilvânia.

Agentes especiais do Centro Nacional para Análise de Crimes Violentos do FBI revisaram as provas coletadas pelo júri, segundo o relatório, e identificaram uma série de práticas que eram usadas habitualmente pelas seis dioceses para encobrir relatos de abuso. “Enquanto cada distrito eclesiástico tem suas idiossincrasias, o padrão era bastante igual”, diz o relatório.

“O principal não era ajudar as crianças, mas evitar o ‘escândalo’. Essa palavra não é nossa, mas deles; ela aparece várias vezes nos documentos que obtivemos.”

Eis como o júri, em termos cáusticos, descreveu os métodos da Igreja Católica para encobrir os abusos e proteger os padres: “Primeiro, certifiquem-se de usar eufemismos e não as palavras reais para descrever os ataques sexuais em documentos das dioceses. Nunca digam ‘estupro’; digam ‘contato inadequado’ ou ‘questões de limites’.

“Segundo, não conduzam investigações genuínas com pessoal treinado adequadamente. Em vez disso, mandem membros amigos do clero fazerem perguntas inadequadas e depois façam análises de credibilidade dos colegas com quem eles vivem e trabalham.

“Terceiro, para uma aparência de integridade, enviem padres para ‘avaliação’ em centros de tratamento psiquiátrico dirigidos pela Igreja. Permitam que esses especialistas ‘diagnostiquem’ se o padre é um pedófilo, com base principalmente nos ‘autorrelatórios’ feitos por ele e independentemente se houve ou não contato sexual com uma criança”.

“Quarto, quando um padre tiver de ser removido, não digam por quê. Digam aos paroquianos que ele está de ‘licença médica’ ou sofrendo de ‘exaustão nervosa’. Ou não digam nada”.

“Quinto, mesmo que um padre esteja estuprando crianças, continuem a dar moradia e verba para despesas, mesmo que ele esteja usando esses recursos para praticar mais agressões sexuais.”

“Sexto, se a conduta de um predador se tornar conhecida pela comunidade, não o removam do sacerdócio para garantir que outras crianças não se tornem vítimas. Transfiram-no para um novo local, onde ninguém saiba que ele é um abusador de crianças”.

“Finalmente, e sobretudo, não contem à polícia. O abuso sexual de crianças, mesmo que não haja penetração de fato, é e sempre foi um crime. Mas não o tratem dessa maneira; tratem tudo como uma questão pessoal, ‘interna’.”

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