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Mundo Um menino de 4 anos morre nos protestos no Chile e o total de vítimas sobe para 18

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Polícia tenta dispersar manifestantes com canhões d'água em Santiago. (Foto: Reprodução)

Parcialmente paralisado por uma greve geral nesta quarta-feira (23), o Chile voltou a registrar episódios de violência na noite passada. Enquanto milhares de pessoas marchavam pelas ruas de Santiago e outras grandes cidades pedindo a revogação do estado de emergência , o governo chileno informava que mais três pessoas morreram nas últimas 24 horas, incluindo um menino de 4 anos.

Com a confirmação dos novos óbitos, o número total de vítimas fatais aumenta para 18 desde que as manifestações se intensificaram, na última sexta-feira, e o governo decretou estado de emergência, militarizando a segurança pública e determinando toque de recolher na região metropolitana de Santiago e outras grandes cidades.

Segundo o balanço divulgado na manhã desta quarta-feira pelo subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, três pessoas faleceram nas últimas 24 horas. Duas delas, incluindo a criança, foram supostamente atropeladas por um motorista embrigado na cidade de San Pedro de la Paz, na província de Concepción. A terceira vítima morreu em Maipú, na capital, em circunstâncias não esclarecidas pelo governo. Sua família, no entanto, afirma que ele foi espancado pelas forças de segurança.

De acordo com a rádio Bio Bio Chile, durante a madrugada desta quarta-feira militares teriam usado armas de fogo em um condomínio na região de Las Condes, em Santiago, após serem recebidos com pedradas. Três pessoas teriam sido baleadas.

O Partido Comunista Chileno, por sua vez, denunciou “a detenção ilegal e arbitrária” e a perseguição política de integrantes da Juventude Comunista (JJCC), ala jovem do partido. Segundo a sigla, uma ação policial foi realizada dentro de um edifício sem que houvesse provocações ou violações ao toque de recolher. Foram detidos a porta-voz da Coordenação Nacional de Estudantes Secundários, Valentina Miranda, o responsável pela área estudantil da JJCC, Pablo Ferrada, e a militante Anaís Pulgar.

Greve geral

Na noite de terça-feira, o presidente Sebastián Piñera apresentou uma série de medidas que pretende adotar para fazer frente às demandas populares – plano que precisa ser aprovado pelo Congresso. Entre elas, há mudanças e reajustes no sistema de pensões e medidas para elevar o piso salarial. O custo das medidas, segundo o ministro de Finanças do país, seria de US$ 1,2 bilhão de dólares. Ele disse, no entanto, que o estado de emergência será mantido, sem prazo para ser revogado.

O pronunciamento de Piñera não foi suficiente para evitar a greve geral convocada para esta quarta por movimentos sociais e 20 organizações sindicais em repúdio ao toque de recolher e ao estado de emergência. “Demandamos que o governo restitua a institucionalidade democrática, o que, em primeiro lugar, significa acabar com o estado de emergência e retornar os militares aos seus quartéis”, diz um comunicado divulgado na terça-feira pelas entidades.

Em Santiago, os manifestantes começaram a ocupar pacificamente a Praça Itália, no Centro da cidade, por volta das 11h. Apesar de operações das forças especiais com bombas de gás e canhões d’água, o ato não foi interrompido.

Trabalhadores dos setores da saúde e da educação e grandes sindicatos portuários e do setor de mineração aderiram às paralisações. A estatal Codelco, maior produtora mundial de cobre, teve suas atividades parcialmente paralisadas devido à adesão ao movimento. Segundo a Bloomberg, pelo menos três de suas instalações incentivaram a participação na greve geral.

Ainda assim, em um discurso na Câmara, o ministro do Interior, Andrés Chadwick, disse que o estado de emergência faz parte do Estado de Direito e o justificou afirmando que o país enfrenta “uma situação de violência e vandalismo” sem precedentes.

“Não temos nenhuma vontade ou intenção de declarar estados de emergência de forma permanente ou habitual”, disse Chadwick.  “Ao mesmo tempo, o presidente tem o dever e a responsabilidade constitucional de cuidar da segurança das pessoas, da ordem pública, de fazer com que a lei seja respeitada e de dar tranquilidade e segurança para as pessoas.”

Questionamentos

Os protestos foram provocados pelo aumento da passagem do metrô de Santiago. Iniciadas com atos de estudantes que pulavam as catracas, as manifestações se tornaram mais violentas depois que o governo afirmou inicialmente que não iria rever o aumento – o que acabou fazendo no último sábado.

A falta de informações oficiais mais detalhadas sobre as identidades dos mortos e as circunstâncias das mortes e detenções no Chile vem sendo bastante questionada pela imprensa, pela oposição política e por organizações defensoras dos direitos humanos, sob suspeitas de que o governo esteja escondendo a real extensão da violência.

O Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH), uma organização pública independente, por sua vez, informou que, até terça, 123 pessoas foram feridas por armas de fogo, muitas nos olhos, e cobrou das autoridades o esclarecimento desses casos, além de denunciar episódios de tortura e detenções ilegais. A organização também alertou para a detenção de 1.601 pessoas nas manifestações, entre elas 210 menores de idade, incluindo crianças, e 343 mulheres.

 

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