Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Um ministro do Supremo disse que a proibição da condução coercitiva foi um “esforço para desautorizar juízes corajosos”

Compartilhe esta notícia:

Decisão do ministro Luís Roberto Barroso demonstra que o TSE subiu o tom em questões envolvendo a propaganda presidencial petista. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), falou sobre a proibição da condução coercitiva de réus e investigados para depoimento. Barroso disse não acreditar que a mudança seja relevante e que foi um “esforço e alguma medida para atingir e desautorizar, simbolicamente, juízes corajosos”.

“Acho que a condução coercitiva era uma nota pé de página nesse contexto. Portanto, não acho que esta mudança, em si e por si, seja relevante. Acho que foi mais uma manifestação simbólica daqueles que são contra o aprofundamento das investigações. Acho que foi algum esforço e alguma medida para atingir e desautorizar, simbolicamente, juízes corajosos que estão ajudando a mudar o Brasil dentro da Constituição e dentro das leis”, disse Barroso, ao ser questionado se a mudança poderia atrapalhar a Operação Lava-Jato.

A condução coercitiva é o ato no qual um juiz manda a polícia levar um investigado ou réu para depor num interrogatório. No dia 14 de junho, o STF decidiu, por 6 votos a 5, proibir a condução coercitiva. A medida estava suspensa desde o ano passado, após decisão liminar (provisória) proferida pelo ministro Gilmar Mendes.

Barroso foi voto vencido, ao lado de Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Divergiram e ganharam os ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.

O ministro disse acreditar que, do ponto de vista da efetividade processual, a decisão não seja uma diferença muito grande, mas que pode produzir um efeito inverso ao pretendido. Para ele, a proibição da condução coercitiva pode incentivar uma medida mais “drástica”.

“A condução coercitiva é uma alternativa menos gravosa a prisão temporária, a prisão cautelar. De modo que você proibir a condução coercitiva, você dá um incentivo a adoção de uma medida mais drástica[…]”, afirmou.

‘Fotografia assustadora’
Barroso também destacou que o Brasil está vivendo uma “tormenta”, “uma transição do velho para o novo”.

“É uma refundação que o Brasil vive, que está surgindo uma nova etica pública e privada. O filme atual é sombrio, mas poderemos ter final feliz”, afirmou Barroso.
Para Barroso, o Supremo desempenha um papel criminal muito amplo, “que não deveria ter”. “Isso joga o STF na fogueira das paixões desordenadas da política. É devastador porque politiza o STF e cria tensão para o tribunal”, disse.

“Há no STF uma divisão entre os que querem uma nova ordem e os que querem manter a velha ordem”, completou.

Briga com Gilmar Mendes

Respondendo a perguntas da plateia, Barroso minimizou recente briga com o colega Gilmar Mendes. “Foi um acidente de estrada. Não é de natureza pessoal, são visões diferentes apenas.” Deu exemplos. “Corruptos seriais devem ser presos, e o colega tem visão diferente – em relação aos ricos”.

Na rusga de março de 2018, Barroso elevou o tom e disse: “Me deixa de fora desse seu mau sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Pai oferece dinheiro a delegado para soltar o seu filho e acaba sendo preso
Miss que denunciou agressão de ex-marido já havia prestado queixa contra ele em 2008
https://www.osul.com.br/um-ministro-do-supremo-disse-que-a-proibicao-da-conducao-coercitiva-foi-um-esforco-para-desautorizar-juizes-corajosos/ Um ministro do Supremo disse que a proibição da condução coercitiva foi um “esforço para desautorizar juízes corajosos” 2018-06-18
Deixe seu comentário
Pode te interessar