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Brasil Um ministro do Supremo protestou contra o fato de o procurador-geral da República ter mencionado supostos crimes envolvendo a Corte sem identificar quais os ministros que poderiam ser postos sob suspeita

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Marco Aurélio lamentou o episódio. (Foto: Reprodução)

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, reclamou do fato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não ter identificado quais ministros da Corte poderiam ser colocados sob suspeita com base no áudio omitido por delatores da JBS. Janot revelou nesta segunda-feira a abertura de um processo para rever a delação e que um áudio com conversa entre dois colaboradores faria citações a procuradores e ministros do Supremo.

“O ruim é quando não se nomina esses possíveis mencionados, porque ficamos todos nós sob suspeita. O comum do povo vai imaginar que os 11 ministros estão envolvidos”, afirmou Marco Aurélio.

Ele afirmou que o momento é de esperar os próximos passos do caso. Ressaltou que a possibilidade de revisão da delação sempre esteve aberta e que a homologação feita pelo Supremo não significa que os benefícios estavam garantidos em casos como este.

“Quando ocorreu a homologação, ela ocorreu dentro de um contexto. Essa homologação visa a proteção do delator, dos familiares e claro que surgindo fatos novos isso pode ser revisto. Agora mesmo já há questionamento de delação do Delcídio (Amaral, ex-senador). Sempre é possível reabrir”, disse o ministro.

Marco Aurélio lamentou o episódio afirmando que ele enfraquece o instituto da delação premiada. “É algo que em coloca, até certo ponto, em xeque a delação, acaba fragilizando o próprio instituto, o que não é bom. É preciso ter cautela e que as instituições sigam trabalhando”, afirmou, sem esconder a surpresa: “Quando imaginamos que já vimos tudo, surge algo novo”.

Áudio

O sócio da J&F Joesley Batista e o diretor de relações institucionais Ricardo Saud mencionam ao menos três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e um ex-ministro da Justiça na gravação que pode anular os benefícios da delação premiada da JBS. Na conversa, cujo áudio foi entregue à Procuradoria-Geral da República na última quinta-feira, os dois falam sobre a certeza de não serem presos, sobre a intenção de se aproximar do procurador-geral Rodrigo Janot por meio do ex-procurador Marcelo Miller e tentam ver um modo de garantir base no STF.

Em um dos trechos do diálogo, Joesley Batista destaca que pegar o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo era a chave para entregar o STF. Já Ricardo Saud ressalta que um interlocutor dizia ter “cinco ministros das mãos” se contasse com o ministro Ricardo Lewandowski.

Saud ainda fez troça sobre a suposta proximidade da ex-presidente Dilma Rousseff, de Cardozo e da atual presidente do STF, Cármen Lúcia. “Intimidade? eu vou te contar, eu achei que os três tavam fazendo suruba”, frisa o diretor na conversa, aos risos.

Outra parte da gravação mostra o momento que Saud fala em “esquecer aquele trem da briga do Gilmar”, em referência ao ministro Gilmar Mendes. O áudio entregue à PGR na última quinta-feira — motivo da investigação interna instaurada por Janot que pode comprometer os benefícios da delação dos executivos da J&F — mostra que Joesley tinha certeza de que não seria preso.

“Ricardo, é bom falar, porque isso tudo está na cabeça das pessoas. Ricardo, nenhum vai falar nada (…) Porque, no final, a realidade é essa, nós não vamos ser presos. Nós não vai. Vamos fazer tudo, menos ser preso (sic)”, frisou Joesley.

 

 

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