Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2018
O ministro da Ecologia da França, Nicolas Hulot, renunciou ao cargo durante uma entrevista ao vivo a uma rádio nesta terça-feira (28), citando “um acúmulo de decepções” com a política ambiental do presidente Emmanuel Macron. “Não quero mais mentir para mim mesmo ou criar a ilusão de que estamos enfrentando esses desafios”, afirmou Hulot à rádio France Inter. “Portanto, decidi deixar o governo”, declarou.
O presidente e os integrantes do governo do país europeu não haviam sido avisados sobre a decisão. “Isso pode não ser o protocolo correto, mas se os tivesse avisado, eles teriam tentado me convencer a ficar mais uma vez”, afirmou Hulot.
Ele foi um dos primeiros ministros a serem anunciados por Macron após a sua eleição em maio de 2017. O seu nome foi escolhido para capitanear os esforços franceses no combate ao aquecimento global. Mas Macron diluiu uma série de promessas de campanha sobre o ambiente, incluindo o compromisso de reduzir a proporção de energia nuclear na eletricidade em 50% até 2025 e de aumentar o uso de energia renovável.
Benjamin Griveaux, porta-voz do governo, expressou surpresa com a saída de Hulot, e lamentou a decisão. “Não entendo por que ele está saindo quando tivemos tantos sucessos no primeiro ano que são crédito dele”, afirmou à BFM Television. “Ele não venceu todas as batalhas, mas é assim que funciona com ministros.”
“É um golpe do qual nos recuperaremos”, afirmou Griveaux. O diretor do Greenpeace France, Jean-Francois Julliard, disse que enquanto Macron “fez alguns bons discursos” e confrontou o presidente dos EUA, Donald Trump, na questão da mudança climática, ele “nunca transformou essas palavras em ações concretas”. “Não há uma política de transição energética na França”, disse.
União Europeia
O presidente da França disse que preservar a unidade da UE (União Europeia) é mais importante do que estabelecer um relacionamento estreito com o Reino Unido após o Brexit. Ele também criticou o que chamou de isolacionismo “agressivo” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Celulares
Neste mês, a França proibiu que alunos levem telefones celulares para as escolas, até mesmo desligados. A medida atende a uma norma do Parlamento, que aprovou definitivamente a proibição de telefones celulares em escolas públicas.
A lei, uma promessa de campanha do presidente Emmanuel Macron, chegou a ser chamada pelo governo de “medida de desintoxicação” contra a distração nas salas de aula. A medida deve entrar em vigor em setembro, quando começa o novo ano escolar. Ela proíbe o uso de qualquer objeto conectado, como celulares, tablets e relógios, e em écoles e collèges (crianças de 6 a 14 ou 15 anos).
Haverá exceções “para uso pedagógico”, que serão apreciadas por cada instituição em seu regulamento interno, ou para crianças e adolescentes com deficiência.