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Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2017
Um novo iceberg acaba de se soltar da Antártica, aumentando ainda mais a preocupação de cientistas sobre os possíveis efeitos das mudanças climáticas sobre o continente. Em julho, um bloco de gelo colossal com 5 mil quilômetros quadrados se desprendeu da plataforma Larsen C. Agora, o iceberg é menor, com “apenas” 185 quilômetros quadrados, quase quatro vezes a área de Manhattan, mas afeta uma região mais sensível: a geleira de Pine Island tem gelo suficiente para elevar os níveis dos oceanos em 50 centímetros.
Em comunicado, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) informa que o B-44 foi detectado com base em imagens do satélite Sentinel-1. A expectativa é que o bloco se mantenha na região no primeiro ano, depois se quebre em pedaços menores e se movimente pela Baía de Pine Island.
“O B-44 não deve apresentar ameaças à navegação”, informou a agência.
O desprendimento de icebergs da plataforma que protege o glaciar de Pine Island não é incomum, mas o fenômeno está se acelerando nos últimos anos. Desde 2013 foram liberados três grandes blocos de gelo. Segundo os cientistas, Pine Island é um das maiores geleiras antárticas e um dos que derretem mais rapidamente.
A aceleração no derretimento foi detectada em 1992, quando as observações por satélite foram iniciadas. Por meio de análise de sedimentos, pesquisadores descobriram recentemente que o processo foi iniciado por volta da década de 1940.
Estimativas apontam que as geleiras da Antártica Ocidental irão entrar em colapso dentro de cem anos, contribuindo para a elevação dos níveis dos mares em cerca de 3 metros. Isso afetaria grandes cidades litorâneas, como Nova York e Miami. Apenas nos EUA, o cálculo é que 150 milhões de pessoas sejam afetadas.