Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Um novo rumo para o ensino médio em todo o País

Compartilhe esta notícia:

Matérias serão abordadas de maneira interdisciplinar nas áreas de Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Linguagens. (Foto: Freepik)

O MEC (Ministério da Educação) apresentou a terceira versão da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) do ensino médio em um formato enxuto. No documento, que servirá como diretriz para os currículos de todo o país no que diz respeito a 60% da carga horária, português e matemática são os únicos conteúdos que aparecem como disciplinas, chamadas de “componentes curriculares”. As demais, como artes, história, filosofia ou química, por exemplo, aparecem agrupadas em áreas do conhecimento (Linguagens, Ciências Humanas e Ciências da Natureza). Embora o documento tenha sido elogiado, especialistas afirmam que uma implementação descuidada pode gerar desigualdades.

A Base traz habilidades que os alunos devem desenvolver ao longo de sua escolarização. Não há detalhamento dos outros 40% da carga horária da etapa, que correspondem aos cinco itinerários – Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Educação Técnica e Profissional – que os alunos do ensino médio poderão escolher cursar para completar sua formação. Os tópicos aparecem na BNCC, mas cada estado ou rede escolar deverá detalhar seus conteúdos. Um guia será elaborado pelo MEC para ajudar nessa tarefa. A BNCC foi entregue pelo MEC ao Conselho Nacional de Educação (CNE), que ficará responsável por realizar audiências públicas e fazer contribuições ao documento.

Na prática, a organização da Base do ensino médio indica que as matérias serão abordadas de maneira interdisciplinar nas áreas de Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Linguagens, sem uma definição específica do conteúdo de cada disciplina. Nessa configuração, o que há são habilidades previstas que podem ser “percebidas” como pertencentes a determinado componente curricular. Por exemplo: uma das habilidades da área de Ciências da Natureza é “debater situações controversas sobre a aplicação de conhecimentos como tecnologias do DNA e tratamentos com célulastronco”, o que estaria ligado a biologia (veja outras habilidades no quadro ao lado).

O ministério acredita que dessa forma as redes terão mais liberdade para flexibilizar seus currículos e oferecer um ensino interdisciplinar. A secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães, afirmou que não vê riscos em uma Base tão enxuta – diferente da BNCC do ensino fundamental, que detalhava mais o que deveria ser ensinado a cada ano aos alunos. Para ela, não haverá ausência de determinados conteúdos na formação ou concentração em português e matemática.

“O Brasil era o único país do mundo com um ensino médio engessado, com 13 ou 14 disciplinas obrigatórias. Esse modelo está em funcionamento há muito tempo, e os resultados são tristes”, disse.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, descartou alterações no Enem em função da Base em 2018 e 2019. Mas afirmou que, no médio prazo, o exame vai se adequar ao novo ensino médio que será realidade no país, a partir da reforma aprovada no ano passado, e da Base que, segundo ele, será um instrumento fundamental.

– A reforma do ensino médio casa com essa Base Curricular. A reforma estava em debate há bastante tempo, e nós conseguimos assegurar aos jovens brasileiros o mesmo formato que existe em países como EUA e Canadá – disse o ministro. – O Brasil não poderia evoluir na questão educacional se nós mantivéssemos um ensino médio que estabelece um padrão único e não considera os projetos de vida, as vocações individuais.

Entre os educadores, a Base foi vista de maneira positiva. De acordo com eles, o texto vai na direção correta, mas a implementação deve ser criteriosa, sob o risco de piorar um sistema que já é ruim.

“A estruturação por áreas é algo defendido há muito tempo para dar mais sentido aos conhecimentos trabalhados na escola e facilitar projetos pedagógicos em que os alunos são protagonistas. O risco é a implementação, que, em vez de tornar esse novo ensino médio uma oportunidade para elevarmos o patamar de aprendizagem dos alunos, pode empobrecê-lo, torná-lo ainda menor”, argumenta a presidente executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.

Nesse sentido, o trabalho dos estados será fundamental, já que a BNCC não é o currículo em si, servindo apenas como diretriz. Será de responsabilidade das redes estaduais confeccionar seus documentos específicos, e ficará a cargo delas decidir se querem ter o ensino separado por disciplinas ou estruturado de maneira interdisciplinar, como na Base, desde que coloquem em prática todas as habilidades que constam no documento nacional.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Bandidos rendem vigilantes e assaltam banco em Porto Alegre
O ex-presidente Lula ainda não tomou banho de sol e está passando o tempo lendo, disse o seu advogado
https://www.osul.com.br/um-novo-rumo-para-o-ensino-medio-em-todo-o-pais/ Um novo rumo para o ensino médio em todo o País 2018-04-09
Deixe seu comentário
Pode te interessar