Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2019
Um homem trabalha em um banco e sabe bem sobre o negócio. Ele resolve então usar o seu conhecimento em programação para fazer alguns testes: sair por aí loucamente fazendo saques em caixas eletrônicos pertencentes ao banco em que trabalha para verificar a segurança do sistema bancário. Uma prática bem previsível, não?!
Apesar de parecer um roteiro de filme bem esquisito, a história é real e aconteceu na China. Um programador de 43 anos conseguiu sacar o equivalente a mais de US$ 1 milhão de um banco chinês seguindo exatamente a lógica acima.
Segundo o site South China Morning Post, Qin Qisheng trabalhava como gerente do centro de desenvolvimento de tecnologia do Hua Xia Bank em Pequim. Em um certo momento, ele observou que o sistema do banco possuía uma falha e os saques feitos por volta da meia noite não ficavam registrados.
Com a descoberta, Qisheng decidiu montar um código de programação e o inseriu no sistema do Hua Xia Bank para que a instituição financeira não fosse notificada das retiradas feitas durante o que ele chamou de testes. Foi então que a saga por saques feitos em diferentes caixas eletrônicos teve início em novembro de 2016.
Com a segurança de que os valores sacados nunca seriam atualizados, Qisheng contabilizou cerca de 1.358 retiradas, com valores entre 5 mil e 20 mil yuan (o equivalente a US$ 740 e US$ 2.965). Tudo foi feito de uma conta fictícia que era usada pelo banco para testar os seus sistemas.
O Hua Xia Bank só descobriu a falha de segurança em janeiro de 2018. Pasmem! Por conta da prática questionável, Qisheng foi levado às autoridades locais. No entanto, o banco desistiu das acusações e pediu para a polícia deixar o caso de lado. O argumento do funcionário foi de que ele estava simplesmente testando a segurança do banco.
Apesar da tentativa, a polícia não aceitou e continuou com as investigações. Qisheng foi detido em março de 2018 e considerado culpado pelo roubo em dezembro do mesmo ano. Ele foi condenado a 10 anos e meio de prisão. O agravante foi que todo o dinheiro sacado foi parar em sua conta pessoal. Parte do montante foi usada no mercado de ações. Nem mesmo a devolução dos mais de US$ 1 milhão ao Banco ajudou.