Mundo Um terremoto assustou moradores da Califórnia, nos Estados Unidos
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2018
Um terremoto leve sacudiu nesta quinta-feira a região de San Francisco, no Estado norte-americano da Califórnia, acordando muitas pessoas durante a madrugada. Um porta-voz do serviços de emergência frisou, porém, que não houve relatos imediatos de perdas humanas ou danos materiais.
Integrantes do Corpo de Bombeiros contaram à imprensa que dezenas de pessoas ligaram para os serviços de emergência, a maioria delas detalhando a ocorrência de tremores nas janelas.
De acordo com o USGS (Centro Geológico dos Estados Unidos), o abalo raso teve magnitude de 4,5 graus na escala Richter e ocorreu por volta das 2h30min no horário local.
O epicentro do sismo foi detectado a 13 quilômetros de Berkeley, que fica do outro lado da baía de San Francisco, próximo ao Claremont Club and Spa de Berkeley, um antigo hotel de luxo da região. O estabelecimento não sofreu avarias, segundo funcionários que presenciaram o incidente.
“Já que todos da Bay Area estão acordados, é hora da balada!” , escreveu um usuário do Twitter. A rede social ficou repleta de comentários sobre o tremor, muitos deles bem-humorados.
Cerca de uma hora depois do sismo, o Departamento de Administração de Emergências de San Francisco enviou uma mensagem de texto aos moradores dizendo não haver nenhum alerta de tsunami.
Área de risco
A falha geológica de San Andreas, que atravessa a Califórnia ao longo de 1,3 mil quilômetros e delimita a parte norte-americana da placa do oceano Pacífico, é uma das mais estudadas no mundo. A “rachadura” foi a causa do devastador terremoto de magnitude 7,8 que destruiu grande parte de São Francisco em 1906, matando mais de 3 mil pessoas.
Embora a premissa extrema dos vários filmes-catástrofe sobre o tema trabalhe mais com ficção científica do que com cenários reais, o fato é que esse tipo de produção cinematográfica serve como um lembrete de que, mais cedo ou mais tarde, a falha voltará a afetar as mais de 38 milhões de pessoas que vivem em suas imediações e que precisam estar preparadas.
O que mais preocupa os cientistas é a seção sul da falha, que não produz um terremoto há cerca de 300 anos, embora os registros geológicos indiquem que ela causaria um grande sismo a cada 150 anos.
Estimativas mais conservadoras apontam que, se houvesse um tabalo de magnitude 7,8 nessa seção – o que teria um impacto direto em Los Angeles, a segunda cidade mais populosa dos Estados Unidos -, cerca de 2 mil pessoas morreriam e haveria mais de 50 mil feridos Os danos materiais superariam os US$ 200 bilhões.
Desde o ano passado, alguns cientistas da Califórnia alertam que um terremoto maciço deve acontecer em breve na Costa Oeste dos Estados Unidos. Segundo eles, já não se trata mais de “se”, mas de “quando” ele vai ocorrer.
Com base nessa previsão, especialistas e autoridades têm investido esforços na divulgação de informações à população sobre como proceder, evitando que ondas de pânico, por exemplo, possam tornar ainda mais danosa uma catástrofe de grandes proporções.
Já existem cidades do Estado que exigem que os edifícios vulneráveis sejam adaptados para esse tipo de eventualidade. Para este ano, membros da Sociedade Geológica dos Estados Unidos vão revelar a primeira fase de um sistema de alerta precoce para terremotos, capaz de avisar as pessoas sobre um tremor, por meio de um dispositivo.
Em um discurso recente à Japan Geoscience Union e à American Geophysical Union, a sismóloga Lucy Jones disse que é preciso haver mudanças fundamentais na maneira como os especialistas comunicam ao público sobre terremotos. Ela acredita que a estimativa vaga sobre a probabilidade de um terremoto atingir essa área do país em algumas décadas deixa o público complacente, passivo e despreparado para o inevitável.
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