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Mundo Nova terapia contra o câncer usa células do próprio paciente

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Menina estava à beira da morte e salvou-se da doença. (Foto: Reprodução)

A FDA (Administração para Drogas e Alimentos dos EUA) aprovou para comercialização nesta quarta-feira uma segunda terapia genética contra alguns tipos de câncer. Batizado Yescarta (axicabtagene ciloleucel), o tratamento desenvolvido pela empresa de biotecnologia americana Kite Pharma – recentemente adquirida pela também empresa de biotecnologia Gilead Sciences por US$ 11,9 bilhões (cerca de R$ 37,5 bilhões) – usa a mesma técnica de alteração de células do sistema imunológico do paciente para que identifiquem e ataquem os tumores da anterior, Kymriah (tisagenlecleucel), aprovada em agosto.

Chamada CAR-T (sigla em inglês para “receptor de antígeno quimérico de células T”), a técnica consiste basicamente em introduzir um anticorpo em células de defesa do organismo do próprio paciente, as mencionadas células T de seu acrônimo, para que reconheçam, e ataquem, as células cancerosas. Mas enquanto o Kymriah tem como potenciais usuários pacientes jovens que sofrem com um tipo de câncer particularmente agressivo conhecido como LLA (leucemia linfoblástica aguda) recorrente/refratária das células B (outra célula do sistema imunológico), o Yescarta teve sua aplicação recomendada para o tratamento de pacientes adultos atingidos por certos tipos dos chamados linfomas não-Hodgkin que afetam as mesmas células B e que também são recorrentes ou refratários às terapias convencionais.

”O dia de hoje é outro marco no desenvolvimento de todo um novo paradigma científico para o tratamento de doenças sérias”, afirmou Scott Gottlieb, comissário (chefe) da FDA. – Em apenas algumas décadas, a terapia genética foi de um conceito promissor a uma solução prática para formas mortais e em grande parte intratáveis do câncer.

Assim como com o Kymriah, o Yescarta só deverá ser usado como “último recurso” no tratamento dos tipos de câncer para os quais foi indicado. Isto porque as terapias do tipo CAR-T podem ter efeitos colaterais muito severos. Entre eles está a chamada síndrome de liberação de citocinas, uma reposta exagerada do sistema imunológico que provoca graves inflamações e pode levar à morte.

As terapias do tipo CAR-T ganharam notoriedade graças ao caso da menina americana Emily Whitehead. Em 2012, então com 6 anos, Emily estava à beira da morte, sofrendo com a LLA. Sua última esperança era a terapia genética, então ainda experimental, em desenvolvimento por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia. Tratada com as células modificadas, a menina, hoje com 12 anos, está livre da doença.

Recentemente pesquisadores e especialistas se posicionaram sobre o caso. “Temos que lembrar que o câncer não é uma doença única, mas uma população variada. Só de linfomas existem mais de 60 subtipos. Então não vai dar para generalizar. E por isso também são muito importantes as pesquisas em torno dos mecanismos por trás de cada tipo de câncer, da fisiologia da doença”, afirma Juliane Musacchio, médica do Grupo Oncologia D’Or.

“Hoje já é uma realidade o levantamento genético dos tumores para identificar qual é a terapia mais adequada, sejam remédios quimioterápicos, drogas-alvo ou anticorpos monoclonais, para cada paciente”, destaca Raphael Parmigiani, sócio-fundador do Idengene, laboratório de análises especializado em testes genéticos para ajudar no tratamento e prevenção de doenças, especialmente do câncer. “Assim, é de se esperar que a médio ou longo prazo isto também chegue às técnicas de alteração de células do sistema imunológico como a CAR-T.”

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https://www.osul.com.br/uma-agencia-americana-aprovou-uma-nova-terapia-contra-o-cancer-que-usa-celulas-do-proprio-paciente/ Nova terapia contra o câncer usa células do próprio paciente 2017-10-19
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