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Brasil Uma brasileira que foi há 50 anos Miss Universo comentou, aos 70 anos de idade, como foi receber o título

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Martha Vasconcellos disse que ficou espantada. (Foto: Reprodução/Arquivo)

Aos 70 anos de idade, uma brasileira que foi Miss Universo há 50 anos comentou como foi receber o título. Quando as caixas de som anunciaram o nome da Miss Universo de 1968, a pessoa mais incrédula no Miami Beach Auditorium naquele dia 13 de julho, há 50 anos, era a própria Martha Vasconcellos, última brasileira a vencer o concurso. A baiana de então 20 anos estava lá contra a vontade da família e não fazia a menor questão de ganhar a coroa. Meio século depois da notícia, que fez a cidade de Salvador festejar até de madrugada, Martha deu entrevista ao jornal O Globo sobre a época.

“Quando descobri que ganhei foi um espanto. Um espanto negativo. Porque a minha família era contra. Meu pai era completamente contrário à exposição de um concurso de beleza, achava uma coisa sem nenhum merecimento. E eu mesma não pensava em ganhar. Eu era muito presa em casa e aquilo tinha sido uma oportunidade de sair, viajar, conhecer pessoas. Foi uma vitória inesperada e totalmente fora do script da família”, conta Martha.

Logo após se tornar Miss Universo, derrotando outras 64 mulheres a baiana disse numa entrevista que sua maior preocupação era se casar o mais rapidamente possível com o namorado de infância, o engenheiro Reinaldo Loureiro. Só então foi informada de que perderia a coroa se de fato se casasse. “Não tinha pensando nisso”, ponderou ela, que adiou o casamento e passou um ano em Nova York, cumprindo os compromissos que seu novo título exigia, como comparecer a eventos e participar de ensaios fotográficos.

“Eu e as outras meninas tínhamos um convívio muito pacífico e alegre. Me diverti muito! Primeiro porque não achava que ia ganhar a coroa. Encarei aquilo desde o início como uma brincadeira de adolescente ou uma despedida de solteira”, conta a brasileira. “Não foi para mim nenhum esforço. Compara, por exemplo, com um curso universitário, em que tenho que estudar e escrever. Não tinha nada disso num concurso de miss. E naquela época não existia cirurgia plástica. Nem peruca a gente usava. No máximo, cílios postiços”.

“Saí de Salvador, na época uma cidade pequena, e fui parar em Nova York. Fiquei hospedada no Hilton! O mundo se abriu para mim, com várias oportunidades. Foi grandioso e, ao mesmo tempo, assustador. Tudo era muito diferente, foi um verdadeiro choque cultural. Na primeira vez que fui passear na Broadway, por exemplo, eu não gostei. Achei uma loucura, aquelas luzes todas. Mas, enfim, acabei me acostumando com aquela vida”, conta Martha.

“O trabalho era estafante. Me queixava muito, trabalhava 16, 17 horas por dia. Era uma programação muito cheia: tinha todas entregas de prêmios de corridas de carro, como Indianapólis e Daytona, sem contar as sessões de modelagem. Eu chorava de saudades da família, sentia falta dos irmãos pequenos…E também teve tive que adiar o meu casamento, já que a miss não podia ter marido, se tivesse perderia a coroa. Então eu e o meu noivo só trocamos as alianças um ano depois. Até lá, enviava cartas diariamente para ele. Tenho todas guardadas até hoje”.

“Eu era chamada para participar desses concursos desde os meus 14 anos, já tinha corpo de mulher naquela época. Mas não tinha idade. Comecei a ficar interessada principalmente pela liberdade que isso me daria. Achava que seria como ir para uma festa de 15 anos: saía uma vez e depois voltava para casa. Não pensei nas implicações. Afinal de contas, esse negócio de Miss Universo é um bussiness, tem muito dinheiro envolvido. Eu era muito inocente, não pensava em todas as obrigações que teria”.

Em 1969, Martha Vasconcellos entregou a coroa para a filipina Gloria Diaz. A vida da última Miss Universo brasileira seguiu em frente. Casou-se com o namorado de infância, teve dois filhos, formou-se em Psicologia e integrou a Escola Brasileira de Psicanálise. Após mais de 20 anos de casamento, ela se separou e, em 2000, foi morar nos Estados Unidos, onde concluiu um mestrado em Saúde Pública. Passou, então, a trabalhar ajudando vítimas de violência doméstica, trabalho pelo qual recebeu até prêmios da área social. Martha viveu nos Estados Unidos até 2012, quando seu terceiro marido, um americano, faleceu. Em 2015, o jornalista Roberto Macêdo lançou uma biografia sobre a última Miss Universo do Brasil.

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