Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2017
Uma a cada cinco crianças nos países ricos vive na pobreza, segundo um relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgado nesta quinta-feira (15), que estabelece uma classificação sobre o bem-estar infantil.
Dois países do Norte da Europa – Alemanha e Suíça – lideram em termos de progresso social em favor das crianças, enquanto Romênia, Bulgária e Chile encerram a lista, conforme o Unicef, que observa que os três últimos têm renda per capita menor.
Esse não é o caso de Estados Unidos (37º entre 41 países) ou da Nova Zelândia (34º), o que revela que “renda nacional elevada não basta para garantir bons resultados em termos de bem-estar para as crianças”, destaca o relatório elaborado pelo centro de pesquisas Innocenti do Unicef.
Eslovênia, na nona posição, supera amplamente países mais ricos em vários indicadores. A classificação inclui 41 países e foi elaborada com base em nove dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos em 2015 pela ONU (Organização das Nações Unidas), como redução da pobreza e da fome, e promoção da saúde, bem-estar e educação.
Em média, uma a cada cinco crianças (21%) nesses 41 países de “alta renda” vive na pobreza, apesar de grandes desigualdades: uma a cada dez na Dinamarca e Islândia, enquanto na Espanha (16ª posição) o índice é de 30,5%, no México (38º), 31,6%, e no Chile, 25,5%.
Obesidade
A obesidade em crianças com entre 11 e 15 anos, que “constitui igualmente uma forma de má nutrição”, cresce na grande maioria desses países. A taxa de mortalidade neonatal (durante as quatro primeiras semanas de vida) foi reduzida nos últimos anos, mas Canadá, Estados Unidos, Chile, México, Bulgária e Turquia ainda apresentam índices superiores à média de 2,8 mortes por mil nascimentos.
Os países do Sul da Europa (Portugal, Itália e Espanha) apresentam os índices mais baixos de suicídio entre adolescentes e a Nova Zelândia, o mais elevado. No geral, esta taxa caiu nos últimos anos na maioria destes países. Também há uma clara redução da embriaguez entre os adolescentes a partir de 2010, assim como no índice de natalidade neste grupo.
Inclusive em países com os melhores resultados em educação, como Estônia, Japão, Finlândia e Canadá, quase um a cada cinco alunos de até 15 anos não tem um nível de competência mínimo em leitura, matemática e ciências.
Missão
Assegurar que cada criança e cada adolescente tenha seus direitos humanos integralmente cumpridos, respeitados e protegidos é a principal missão do Unicef.
Criado em 1946 para ajudar a reconstruir os países mais afetados pela Segunda Guerra Mundial, o Unicef passou a atuar em outras nações quatro anos depois. Hoje, está presente em 191 países.
Em 1950, o Unicef chegou ao Brasil e, desde então, trabalha em parceria com governos municipais, estaduais e federal, sociedade civil, grupos religiosos, mídia, setor privado e outras organizações internacionais, incluindo agências das Nações Unidas, para defender os direitos de meninas e meninos brasileiros.
No decorrer dessas décadas, o Unicef tem atuado junto com o País nas conquistas alcançadas no campo dos direitos da infância. Esteve lado a lado do Brasil na luta contra a poliomielite, que teve o último registro de ocorrência em 1989; lutou junto com as mulheres para que lhes fosse garantido o direito a amamentar seus filhos; ajudou o governo brasileiro a criar o seu primeiro programa de merenda escolar; colaborou com a redução das mortes por diarreia, com a promoção do uso do soro caseiro; e, nos últimos anos, está apoiando o País a reduzir as disparidades regionais no Semiárido, Amazônia e comunidades populares dos centros urbanos.
O Unicef uniu sua voz à dos brasileiros para a redação e aprovação do artigo 227 da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente – que mudaram o marco legal dos direitos da infância no Brasil. (AFP e Unicef)