Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2019
Dentre as primeiras propostas apresentadas pelo ministro da CGU (Transparência e Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, está a edição de um decreto regulamentando o lobby no Executivo federal. O País ainda não tem um marco legal sobre a representação de interesses e essa ausência tem dado causa a muitas confusões políticas e jurídicas, com efeitos nefastos sobre a governabilidade, as instituições políticas e a própria economia.
A regulamentação do lobby pelo governo federal pode contribuir para dar maior transparência e segurança jurídica a uma atividade que, em si, não tem por que ser proscrita ou criminalizada. A representação de interesses é uma função acessória e subsidiária na formulação das políticas públicas, na orientação das ações estatais, na atividade legislativa e nas ações administrativa e institucional do poder público.
De acordo com a CGU, o objetivo da medida é assegurar que a representação de interesses institucionais e governamentais tenha regras claras, que deem mais transparência ao processo. Atualmente em estudo pelo Ministério da Justiça, o texto estabelece pontos a respeito da divulgação dos dados, como com quem o agente público se reuniu, qual o objetivo e sobre quais temas conversaram.
Baseada na experiência de outros países, a regulamentação proposta pela CGU é enxuta, para evitar um possível engessamento da representação do setor privado junto ao setor público. Há o risco de que uma regulamentação excessivamente burocrática e complicada produza o efeito oposto ao desejado, estimulando, por exemplo, que profissionais da área atuem à margem das normas.
Ressalva
Um dos pontos da proposta é a proibição de que agentes públicos recebam, direta ou indiretamente, presentes de pessoas que tenham interesse na tomada de decisões do órgão.