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Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2017
Aos 17 anos, Sandra Maria da Silva, 40, dava à luz seu primeiro menino. Hoje, sua filha Teresa Raquel repete sua trajetória e, também aos 17, acaba de ter uma menina. A história de Sandra e Teresa não é rara em um País onde um a cada cinco bebês nascidos por ano é filho de mãe adolescente – 431 mil em 2016, de acordo com um levantamento preliminar do Datasus.
E essa proporção custa a cair. Nos últimos dez anos, a taxa de nascidos vivos filhos de jovens menores de 20 anos no Brasil se manteve em patamar elevado – de 21,1% do total, em 2007, para 21,2%, em 2016. As regiões Norte e Nordeste têm os maiores índices: quase um terço de gestações precoces.
Especialistas apontam um ciclo: quanto mais periférica e vulnerável a população, mais mães jovens, condição que agrava a pobreza e gera mais gestações antecipadas. A evasão escolar entre elas é alta, e a inserção no mercado de trabalho é baixa. Estudo do Ipea apontou que 76% das brasileiras de 10 a 17 anos que têm filhos não estudam e 58% não estudam nem trabalham. (Folhapress)