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Por Redação O Sul | 23 de julho de 2018
A cerveja é uma das bebidas mais antigas da Humanidade, com vestígios de consumo e produção na Grécia e na China há milhares de anos, tendo o álcool como elemento psicoativo. Agora, cientistas num pequeno laboratório em Ontário, no Canadá, estão criando um novo tipo de cerveja, sem álcool nem glúten, mas que altera o estado de consciência com o tetraidrocanabinol, o conhecido THC da maconha.
As técnicas de fermentação são as mesmas das cervejas tradicionais, mas entre os ingredientes estão talos, caules e raízes da cannabis. Dooma Wendschuh, fundador da start-up Province Brands, explica que já existem cervejas de cannabis no mercado, mas pela infusão de óleos. Ele pretende criar a primeira cerveja produzida a partir da maconha.
“As bebidas que estavam saindo tinham gosto horrível”, disse Wendschuh. “Tinham gosto de brócolis podre.” Com a ajuda de um químico, eles conseguiram balancear as quantidades de lúpulo, leveduras, água e maconha. Todo álcool produzido durante a fermentação é removido. O objetivo é criar uma cerveja que, quando consumida, seja equivalente a uma dose de álcool. Até agora, a start-up conseguiu concentração de 6,5 miligramas de THC. “O sabor é seco, menos doce que uma cerveja típica”, avaliou o empreendedor. “A cerveja bate muito rápido, o que não é comum para alimentos de maconha.”
A empresa planeja investir 50 milhões de dólares canadenses na construção da primeira cervejaria de maconha do mundo. Como ela é produzida a partir de talos, caules e raízes da cannabis, oferece uma alternativa comercial para os rejeitos da indústria atual, que aproveitam as folhas e flores.
Wendschuh acredita que seu produto será mais seguro e saudável que o álcool, mas alerta para os riscos do consumo indiscriminado da maconha. “A maconha não faz bem e nossas cervejas não farão bem para você. Não se deve bebê-las cinco vezes por dia, nem tê-la como a primeira bebida da manhã”, recomendou.
Cerveja artesanal
Na gíria dos cervejeiros, “panelinhas” são aqueles que fazem cerveja em casa e tem muita gente fazendo isso. E por que não incentivar quem quer produzir cerveja com qualidade? Pensando nisso, um empresário criou um aplicativo que reúne quem faz cerveja artesanal, gosta de provar e quem quer incentivar essa produção.
Nos últimos anos, a procura maior pelas cervejas artesanais levou ao surgimento de novas cervejarias. O número de registros aumentou quase 40% em 2017, chegando a um total de 679 estabelecimentos, segundo o Ministério da Agricultura.
Por isso, o empresário Vitor Cunha criou um aplicativo para aproximar amantes de cervejas, especialistas e os produtores, os panelinhas. “A gente montou uma plataforma para fomentar o mercado e realizar sonhos de cervejeiros caseiros. Dar prioridade para esses caras ingressarem no mercado”, explica.
Para participar do app (app.peer2beer.com.br), o panelinha cadastra a receita e conta um pouco da história da cerveja que está criando. O consumidor analisa e, se gostar da ideia, apoia com R$ 59,90. É só um incentivo, porque o importante é deixar claro que a bebida feita em casa não pode ser comercializada.