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Literatura Uma escritora brasileira é acusada de plágio por autores internacionais. Ela teria copiado trechos de 35 livros de 24 autores

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Nascida em 1970, a brasileira escreve em língua inglesa e fez sua carreira na área do ebook. (Foto: Reprodução)

Trinta e cinco livros de 24 autores, duas receitas e dois artigos de jornal. Essa é a contagem – até o momento – de textos supostamente plagiados pela escritora brasileira Cristiane Serruya. Pouco conhecida por aqui, seu nome vem sendo muito falado nos últimos dias após autoras internacionais a acusarem de plágio. Nascida em 1970, a brasileira escreve em língua inglesa e fez sua carreira na área do ebook, tornando-se best-seller em plataformas de autopublicação como a Amazon. Mas, com as denúncias que vêm pipocando nas redes sociais desde a última terça (19), acabou retirando de circulação um de seus livros mais recentes, o romance “Royal love”. As informações são do jornal O Globo.

O caso repercutiu na imprensa internacional e foi notícia em jornais como o The Guardian, da Inglaterra, e o Los Angeles Times, dos Estados Unidos.

Nos últimos dias, a autora apagou todas as suas redes sociais e seu site oficial. Segundo a sua biografia no site da Amazon, Cristiane mora no Rio com seu marido e duas filhas adolescentes. Além de escritora, é advogada com mestrado em Direito Empresarial e tem uma especialização em Belas Artes. Ela se lançou na escrita em 2012, após 22 anos exercendo a advocacia.

Desde então, lançou cerca de 30 livros, quase todos publicados originalmente em inglês (alguns foram traduzidos para o espanhol e o italiano). Entre os títulos estão histórias picantes como “The erotic escapades of baron Beardley’s wife” (“As escapadas eróticas da esposa do Barão Beardley”) e o recente “Royal love”, de 2018, que provocou as denúncias de plágio.

O caso começou a ganhar amplitude quando a escritora Courtney Milan usou seu blog para acusar Cristiane de ter copiado “palavra por palavra” passagens de seu livro “The duchess war”. Após ser alertada por um leitor, encontrou diversos exemplos cristalinos de plágio em “Royal love”. E compartilhou alguns deles online em um texto intitulado “Cristiane Serruya é uma infringidora de copyright, uma plagiária e uma idiota”.

Eu não listei todas as semelhanças porque, francamente, é de revirar o estômago ver alguém abiscoitar uma história que escrevi com todo o meu coração”, escreveu ela.

Na sequência, quatro outras autoras (Tessa Dare, Lynne Graham, Sarah Maclean e Loreta Chase) também vieram a público acusar Cristiane de plágio. Conhecida por seus romances históricos de sucesso, Tessa disse ter encontrado cinco autores plagiados nos primeiros 10% de “Royal love”. “Quase toda frase que pesquiso é plagiada de algum lugar”, disse a autora em seu perfil no Twitter.

As denúncias causaram ainda mais estranheza pelo fato de Cristiane ter submetido seu livro “Royal love” ao prestigiado “Rita Awards”, que poderia ter entre o seu júri autores copiados por ela.

Na manhã da última quarta-feira, a brasileira manifestou-se em sua conta no Twitter, agora suspensa. Dizendo-se perplexa, ela transferiu a responsabilidade para um autor freelancer que havia contratado como ghost writer pela Fiverr, uma empresa internacional especializada nesse serviço. Ghost writer é como são chamadas as pessoas que são contratadas para escrever textos sem receber o crédito pela autoria.

Uau uau uau. Eu apenas acordo com isso. Como eu pude plagiar 5 autores? Eu amo seus livros, @TessaDare e eu sou advogada. Eu nunca faria uma coisa dessas”, escreveu ela. “Acabei de acordar com notícias desagradáveis de que meu trabalho tem plágio de outros autores. Estou tirando todos os trabalhos que fiz com um ghostwriter no Fiverr – que, aliás, fechou a conta – até ter certeza de que isso está resolvido”.

Apagado junto com a conta da autora, um print do tweet continua sendo reproduzido nas redes sociais.

A Fiverr negou que seja responsável pela cópia. “Plágios e atos relacionados, como violação de direitos autorais e outras violações dos direitos de propriedade intelectual, são estritamente contra os termos de serviço do Fiverr. Fizemos um relatório e não encontramos evidências de que a atividade sugerida tenha ocorrido em nossa plataforma”, declarou, por meio de sua assessoria.

Na internet, a justificativa de Cristiane foi recebida com indignação e desconfiança. Tanto que a hashtag #copyPasteCris foi alimentada de forma intensa nas redes sociais. Muitos estranharam o fato de a autora admitir o uso de ghost writers. Tessa Dare lembrou que é contra as regras inscrever no prêmio livros escritos por ghost writers. Um usuário também ironizou o texto de apresentação de “Royal love”, em que Cristiane conta que “mergulhou na vida dos seus personagens” para escrever o livro.

Na onda do escândalo, o site americano “CaffeinatedFae” submeteu os livros de Cristiane ao aplicativo Grammarly, criado para encontrar plágios. Até agora, encontrou cópias de 24 autores diferentes.

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