Saúde Menor Uma hora a pessoa está alegre, outra hora está triste. O que é a bipolaridade?

O transtorno bipolar são oscilações de humor mais graves e duradouras. (Foto: Reprodução)

Tem dia que acordamos bem humorados, de alto astral, mas, ao longo do dia, pode acontecer algum dissabor que nos deixa aborrecido e muitas vezes tão pra baixo que não queremos conversar com ninguém. Estas alterações de humor são comuns a qualquer pessoa. No entanto, mesmo sendo comum, até que ponto isso é normal?

Dizer que fulano é bipolar só porque mudou o humor diante de algo que desagradou parece que virou moda. O transtorno bipolar são oscilações de humor mais graves e duradouras. Há uma alteração no modo de ser habitual da pessoa, que surgem como episódios depressivos alternados com os de euforia em diferentes graus de intensidade.

A fase depressiva é marcada por tristeza, falta de energia, perda de interesse por coisas que anteriormente lhe davam prazer, fadiga e distúrbio do sono. Quando este estado chega no limite há risco de suicídio. Já na euforia o estado de humor é exaltado, há fala acelerada com frequente mudança de assunto, agitação e aumento da libido levando a pessoa a ter comportamentos impulsivos. O paciente sente-se onipotente, tem elevada autoestima considerando ser capaz de tudo, já que o senso crítico e a capacidade de avaliação objetiva sobre alguma coisa ficam prejudicados.

Mas não pense que é fácil para o paciente lidar com tudo isso. Imagine que numa fase ele tem uma tristeza profunda, não quer sair da cama e nem tem vontade de se alimentar. Noutra fica tão eufórico que chega a gastar muito, além das suas condições financeiras, deixando-o com grandes dívidas. É uma fase que não pode ser confundida apenas com alegria porque o paciente faz coisas que jamais faria se estivesse em equilíbrio.

O transtorno atinge todas as idades, inclusive crianças, para espanto de muitas pessoas, causando sofrimento e prejuízo uma vez que há interferência na vida pessoal, profissional, econômica, na capacidade de se relacionar com o outro.

A doença é tratável sim, porém, até chegar ao diagnóstico correto, muitas vezes ela confundida com outras doenças como depressão, déficit de atenção e esquizofrenia. Alguns, por desconhecimento, acabam buscando o álcool como forma de minimizar os sintomas, principalmente na fase depressiva, prejudicando mais ainda o quadro.

No entanto, quando se trata de doença mental, o pior prejuízo para o paciente ainda é o preconceito. No ambiente de trabalho, por exemplo, nem sempre o assunto é bem visto e assim, pela falta de esclarecimento das pessoas sobre a doença, alguns pacientes são estigmatizados. Já em outros contextos eles podem ser acolhidos. Por isso é preciso buscar muita informação seja de quem tem ou não a doença. Medicação, psicoterapia e mudanças de hábitos auxiliam o paciente a ter uma boa qualidade vida. Alguns, inclusive, ficam muitos anos sem ter qualquer crise. (AG)

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