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Mundo Jornalista foi impedida de cobrir a campanha eleitoral nos EUA por ser mulher desacompanhada

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Candidato a governador do Mississippi se recusa a ficar sozinho com mulheres. (Foto: Reprodução/Facebook)

A recusa de um candidato dos Estados Unidos a viajar com uma repórter a menos que um homem estivesse presente gerou uma avalanche de críticas a ele nas redes sociais nos últimos dias.

A repórter Larrison Campbell pediu para viajar com o republicano Robert Foster, que disputa o cargo de governador do Mississippi, em uma viagem de campanha de 15 horas, mas foi informado por sua equipe de campanha que um colega do sexo masculino teria que acompanhá-la.

Campbell escreveu no site de notícias on-line Mississippi Today, para o qual cobre política, que lhe disseram que “a imagem do candidato com uma mulher, mesmo uma repórter trabalhando, poderia ser usada em uma campanha de difamação para insinuar um caso extraconjugal”.

A campanha simplesmente disse que “não pode arriscar”, segundo Campbell.

“Meu editor e eu concordamos que o pedido era sexista” e optou por não cumprir, escreveu Campbell.

Foster respondeu na última quarta-feira (10), no Twitter: “Como eu esperava, a esquerda liberal perdeu a cabeça sobre o fato de eu escolher não ficar sozinho com outra mulher. Eles não podem acreditar que, mesmo em 2019, alguém ainda valoriza seu relacionamento com sua esposa e defende sua fé cristã”.

Ele escreveu que ele e sua esposa seguiram a Regra de Billy Graham, uma prática atribuída ao falecido pregador evangélico de não passar tempo a sós com outra mulher que não sua esposa.

Muitos usuários do Twitter rapidamente retrucaram, a maioria deles denunciando a posição do candidato. “Talvez Robert Foster não deva estar em um cargo público se tiver visões religiosas tão extremas ou não conseguir se controlar em torno de mulheres?”, escreveu um deles.

Outro usuário, apoiando Foster, postou: “Você com certeza tem o nosso voto agora”.

A posição de Foster vai na linha do comportamento adotado pelo vice-presidente Mike Pence, que afirmou em entrevistas que ele não faria uma refeição sozinho com uma mulher que não fosse sua esposa.

Foster detém posições de direita, como o de ser contrário à ideia de mudar a bandeira do estado do Mississippi, que apresenta um símbolo da Confederação, que alguns associam com a defesa da escravidão nos Estados Unidos.

#MeToo

Nada de jantares com colegas mulheres. Nada de sentar ao lado delas no avião em viagens de negócios. Quartos de hotel precisam ser reservados em andares diferentes. Reuniões a dois devem ser evitadas.

Na verdade, como diz um consultor de gestão de patrimônio, contratar uma mulher, hoje em dia, é “um risco desconhecido”. E se ela entender algo que um colega homem disse da maneira errada?

Em muitas companhias de Wall Street, homens estão adotando estratégias controversas para a era do #MeToo, e no processo tornam a vida ainda mais difícil para as mulheres.

É uma tendência que poderia ser definida como Efeito Pence: o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, declarou que evita jantar a sós com qualquer mulher que não a sua cônjuge. Nas finanças, o impacto geral pode, em resumo, ser o de segregar os sexos.

Entrevistas com mais de 30 executivos importantes indicam que muitos deles estão assustados com o #MeToo, e enfrentam dificuldades para lidar com a questão. “A sensação é a de que você está sempre pisando em ovos”, disse David Bahnsen, antigo diretor executivo do banco Morgan Stanley e hoje consultor autônomo de investimentos, com uma carteira de mais de US$ 1,5 bilhão (R$ 5,76 bilhões) sob administração.

Não se trata de um fenômeno que afete apenas um setor. Os homens dos Estados Unidos estão tentando controlar seus comportamentos no trabalho, para se proteger contra o que veem como correção política nada razoável – ou simplesmente para fazer a coisa certa. As consequências são fortes em Wall Street, onde as mulheres são escassas nos escalões executivos mais elevados. O setor por muito tempo fomentou uma cultura que mantém queixas embaraçosas longe dos tribunais e das atenções do público, e até agora conseguiu evitar um megaescândalo como o que derrubou Harvey Weinstein.

 

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https://www.osul.com.br/uma-jornalista-foi-impedida-de-fazer-a-cobertura-da-campanha-eleitoral-nos-estados-unidos-por-ser-mulher-desacompanhada/ Jornalista foi impedida de cobrir a campanha eleitoral nos EUA por ser mulher desacompanhada 2019-07-15
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